Polémica. Telemóveis da Samsung tornam aplicação do Facebook obrigatória
Vários utilizadores de smartphones da Samsung lançaram a polémica. Um pouco por todo o mundo têm aparecido testemunhos de quem não consegue apagar a aplicação do Facebook.
Tudo começou quando Nick Winke decidiu apagar a aplicação do Samsung Galaxy S8, mas percebeu que essa opção não exista.
De acordo com a Bloomberg, a única opção era desativar a aplicação. Ao que tudo indica, esta questão apenas se levanta porque existe um acordo entre a rede social e a Samsung.
Um porta-voz do Facebook veio garantir que desativar a aplicação tem o mesmo efeito que apagar a aplicação, mas nem todos entendem de forma tão simples a questão. Vários utilizadores têm mostrado revolta porque não tinham conhecimento de que não podiam apagar a aplicação. Além disso, entram aqui questões ligadas ao acesso aos dados dos utilizadores porque muitos recordam as várias polémicas em que o Facebook já esteve envolvido.
A Bloomberg avança ainda que o Facebook se recusa a dizer com quem foram feitos estes acordos e não existem ainda listas na internet.
Jeff Chester, diretor executivo do Center for Digital Democracy, diz que “só recentemente é que as pessoas perceberam que andam a alimentar um espião dentro do bolso”.
Facebook e Google debaixo de fogo. De escândalo em escândalo, até à derrocada final
Muito se tem debatido a questão da privacidade e dos dados pessoais, depois de se saber que as gigantes tecnológicas guardam e partilham informação sem consentimento. Mas as polémicas continuam.
Nos últimos tempos, muito se tem falado e discutido a questão da privacidade e das consequências da tecnologia na nossa vida. O verniz voltou a estalar quando se ficou a saber que a Google guardava a localização dos utilizadores mesmo quando estes não o autorizavam.
Até pode dizer que não quer usar os serviços de localização, mas não vai levar a melhor. Ao que tudo indica, a Google está mesmo determinada em conhecer a localização dos utilizadores, com ou sem consentimento.
A notícia foi avançada pela Associated Press, que concluiu que estes dados ficam registados mesmo que os utilizadores tenham manifestado de forma explícita a sua oposição. A agência noticiosa destaca ainda que, de acordo com a empresa, em teoria, qualquer utilizador pode suspender a ferramenta de localização. No entanto, a Associated Press garante que, mesmo com a Location History suspensa, algumas aplicações continuam a conseguir guardar de forma automática os dados da localização dos utilizadores. A agência destaca o que acontece, por exemplo, com as aplicações de mapas, atualizações diárias da meteorologia e ainda o uso do próprio motor de busca.
Os problemas de segurança tinham feito correr muita tinta. A Google chegou mesmo a confirmar que pessoas de empresas terceiras têm acesso a mensagens do seu serviço de correio eletrónico, ferramenta de identificação e autentificação vital para os utilizadores da internet. A confirmação surgiu depois de o “Wall Street Journal” ter noticiado que há empresas de aplicações cujos funcionários admitem ter lido “milhares” de mensagens privadas dos utilizadores que têm conta no serviço de correio eletrónico da empresa. A Google foi rápida a evidenciar que se trata de uma prática que não vai contra as suas políticas de privacidade, mas este é um procedimento que levantou, desde logo, dúvidas e revolta, apesar de a tecnológica reiterar que são as pessoas a autorizar este acesso quando fazem a associação da conta de correio eletrónico ao prestador de serviços externos.
Recorde-se que as empresas ligadas à tecnologia têm estado na mira de muitas críticas, depois de se verem envolvidas em várias polémicas. Tanto a Google como o Facebook viram-se mesmo a braços com várias ações judiciais por causa de práticas que põem em causa os direitos dos utilizadores.
O Facebook e os escândalos
Não falta quem defenda que a História costuma repetir-se. E o caso do Facebook vem provar isso mesmo. A polémica em torno da Cambridge Analytica, suspeita de ter usado indevidamente dados de largos milhões de utilizadores desta rede social, deu cabo de uns bons milhões de euros da empresa e deixou muitos investidores sem confiança na rede social. Mais tarde surgiu uma outra campanha pretendia influenciar as eleições de novembro nos EUA. A informação começou por ser avançada pelo “New York Times” e o Facebook acabou por confirmar.
Fecho de contas
A informação de que os dados de vários utilizadores teriam sido utilizados de forma indevida e sem consentimento levou mesmo à criação de um movimento que apoia o abandono do Facebook.
Toda a polémica levantou velhas questões em relação ao tema da privacidade e à forma como as informações pessoais são usadas. Muitos utilizadores descobriram que o Facebook guardou até mensagens e chamadas, mas não é só a rede social que tem acesso à informação. Há aplicações que têm acesso a tudo e nem todos têm ideia das permissões dadas.
O escândalo da Cambridge Analytica veio pôr preto no branco o que já se sabia: dados valem dinheiro e votos. A informação de milhões de pessoas foi usada sem permissão e percebeu-se, como nunca, que os utilizadores nem sempre sabem a informação a que estão a dar acesso e a quem. Quando, por exemplo, muitos começaram a carregar nas definições e a ver as apps perceberam que desconheciam ter aplicações associadas à conta desta rede social. Mas tinham. Também não sabiam a que dados estavam a dar acesso.
Uma petição pública, por exemplo, dá acesso ao e-mail, cidade, idade, entre outros dados. Mas existem outras aplicações que dão acesso a listas de amigos (a maioria), fotos, vídeos e eventos e algumas até têm permissão para publicar em nome do utilizador. Sabendo que os dados valem dinheiro, é importante recordar ainda que o Facebook é dono de aplicações que não podiam ser mais populares: o Messenger, o WhatsApp e o Instagram.