Tecnologia

Facebook identifica nova campanha para influenciar opinião dos eleitores

O Facebook anunciou, esta terça-feira, que identificou uma campanha organizada, no interior da própria rede, para influenciar a opinião dos eleitores norte-americanos.

A rede explicou que o objetivo é influenciar as eleições intercalares de novembro, em que Donald Trump vai ser avaliado pelos primeiros dois anos no poder. O jornal “The New York Times” escreve que a campanha tem como base contas falsas.

De acordo com o portal “Bloomberg”, em causa estarão oito páginas e 17 perfis pessoais no Facebook e sete perfis no Instagram que violaram as regras da empresa de tecnologia.

“Como parte dos nossos esforços para evitar a interferência eleitoral, apagamos 32 páginas e contas que estavam envolvidas numa campanha coordenada”, escreveu Mark Zuckerberg no Facebook.

O fundador do Facebook ainda não conseguiu identificar o autor ou os autores da rede. “Quem criou a rede esforçou-se imenso para esconder a identidade”, referiu antes de comparar a atual situação com o que aconteceu durante as eleições de 2016: “Alguma desta atividade é semelhante ao que a Internet Research Agency na Rússia antes e depois as eleições presidenciais de 2016”.

Tal como aconteceu com o caso da interferência russa, em 2016, o objetivo desta campanha passa por criar um efeito de divisão em assuntos que estão a marcar a agenda informativa. O Facebook descobriu atividade coordenada sobre temas como o “Unite de Right”, que envolve a extrema direita e que ficou marcado pelas manifestações em Charlottesville, que provocaram mesmo a morte de uma pessoa.

Neste âmbito, foi criado um evento no Facebook para abafar as reações dos norte-americanos que usaram as redes sociais para contestar a atividade dos grupos de extrema-direita.

Para contornar este novo caso, a empresa tecnológica, com sede na Califórnia, está a usar inteligência artificial e agentes humanos para inspecionarem a atividade em torno destes tópicos.

Novo caso “pode trazer consequências perigosas”

Para Danielle Kilgo, especialista em redes sociais da Universidade do Indiana, nos EUA, este novo caso até pode ser favorável para o Facebook, numa altura em que a empresa enfrenta uma crise na sequência dos escândalos que envolveram as eleições presidenciais de 2016. “Esta nova informação demonstra que estão a ser pró-ativos”, explica.

Sobre o impacto que estes casos podem ter na conjuntura política, a investigadora é assertiva ao referir que o “problema está longe de ser controlado”. “Estes novos casos, de desinformação e notícias falsas, revelam situações que podem trazer consequências perigosas”.

Origem
JN
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