Montepio sob pressão para revelar créditos de José Guilherme
O Banco de Portugal tem pedido ao Montepio que esclareça a sua relação comercial com José Guilherme, o construtor que ofereceu 14 milhões de euros a Ricardo Salgado, segundo o jornal Público.
O Banco de Portugal tem enviado desde setembro de 2018 pedidos de esclarecimentos ao Banco Montepio sobre a sua relação comercial com o núcleo familiar e empresarial de José Guilherme, o empresário que ofereceu um presente de 14 milhões de euros a Ricardo Salgado, segundo escreve esta quinta-feira, 11 de abril, o jornal Público.
De acordo com o jornal, a intenção do supervisor é apurar a exposição do grupo Montepio a José Guilherme, não só em Portugal mas também através do Finibanco Angola.
Inicialmente, o Montepio terá resistido à prestação de informação, alegando que o Banco Nacional de Angola entendia que a matéria estaria sujeita a sigilo. O BdP terá avisado que, se José Guilherme não desse autorização para revelar a informação, o Banco Montepio teria de vender o Finibanco Angola ou reforçar os rácios de capital.
Em 2015 eram de 28,5 milhões as responsabilidades diretas e indiretas de José Guilherme perante o Montepio. Ainda de acordo com o Público, o Montepio deu um crédito pessoal a José Guilherme de 8,5 milhões de euros em 2009, no ano em que terá oferecido um primeiro presente de 8,5 milhões ao ex-líder do BES (num total de 14 milhões).