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Centeno. Eurogrupo reconhece “percurso inigualável” de Portugal

Presidente do Eurogrupo quer ver partidos a lutar pela criação de um orçamento para a zona euro.

Para Mário Centeno, a sua presidência do Eurogrupo é também o reconhecimento do “percurso inigualável” de Portugal na Europa, acrescentando ainda que o governo socialista “é obreiro” em Portugal desse percurso inigualável na Europa, revelou no seu discurso sobre o “Futuro da União Económica e Monetária”.

O ministro das finanças português disse também que o nosso país pode afirmar “com muito orgulho” que lidera a reforma da zona euro, tendo o acordo alcançado em dezembro contrariado a “velha maldição” de que a construção da Europa só avança em tempos de crise.

Reforçando que o futuro de Portugal é na Europa e o futuro da Europa passa inevitavelmente por Portugal, o ministro sustentou que a Europa encontra-se atualmente numa “importante encruzilhada política”, em relação à qual Portugal se distingue porque tem um governo que cumpre, porque cresce mais, porque empreendeu e ganhou uma batalha e combate contra o desemprego e a desigualdade.

“Isto só acontece porque viramos a página da crise económica e financeira, não podemos deixar o discurso político para aqueles que apelam ao ressentimento e radicalismo”, frisou.

O também presidente do Eurogrupo considerou que o populismo conduz povos e grupos sociais diferentes a colocarem-se uns contra os outros, acrescentando que os “populistas das ideias fáceis e miragens inalcançáveis” exploram o espaço da impaciência e o espaço da abstenção.

Para Mário Centeno, na história da Europa poucos períodos houve em que o futuro estivesse nas mãos da cidadania europeia e das suas democracias, como acontece nos dias de hoje. E lembrou que questões, como o envelhecimento demográfico, a integração dos migrantes, a digitalização e progresso numa economia globalizada e a transição ambiental terão de ter respostas coordenadas a nível europeu. 

Orçamento europeu

Centeno defendeu ainda a criação de um orçamento para a zona Euro, uma vez que, considera-o importante para aumentar a convergência entre países, devendo ser tema de debate nas próximas eleições europeias.

“Sabemos que se criarmos um orçamento para a zona euro aumentamos a convergência entre cidadãos e países, por isso, devemos nas próximas eleições europeias lutar por isso mesmo”, acrescentado que a existência deste orçamento aumenta o valor de estar no euro e no pelotão da frente da integração europeia. 

O ministro das Finanças lembrou também que, apesar do euro ter passado por momentos conturbados está agora “mais forte do que nunca, mais maduro e mais animado numa perspetiva de futuro”.

Recorde-se que, em dezembro, os 27 Estados-membros da União Europeia acordaram uma reforma da zona Euro, incluindo a criação de um orçamento para os países da moeda única europeia. Trata-se de uma proposta franco-alemã que tem como objetivo alcançar um acordo em junho de 2019 sobre as características essenciais deste instrumento, que será incluído no orçamento da UE.

Origem
Jornal i
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