Bancos exigem quase mil milhões a Joe Berardo
Proposta inicial abrangia a coleção, mas empresário recusou.
A Caixa Geral de Depósitos, o Novo Banco e o BCP entregaram uma ação executiva no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa com o objetivo de cobrar as dívidas de Joe Berardo com estas instituições bancárias, que correspondem a quase mil milhões de euros, revelou o Expresso. A ação deu entrada no passado sábado e, segundo o portal Citius, além de Joe Berardo, são ainda visadas a Metalgest, a Fundação José Berardo e a Moagens Associadas.
De acordo com a mesma publicação esta execução avança depois de terem falhado todas as negociações para a recuperação dos créditos entre estas instituições e o empresário.
Além desta ação conjunta, a Caixa Geral de Depósitos já tinha avançado com uma ação contra a Metalgest, tendo o banco já procedido a uma execução judicial contra esta empresa no valor de 56 mil euros. Aconteceu em novembro de 2017.
O Correio da Manhã já tinha avançado que se tratava de um acordo inédito. A proposta inicialmente apresentada pelos três bancos incluía um perdão “considerável” da dívida e focava-se essencialmente na Fundação Berardo e na coleção de obras de arte — cujo valor levanta dúvidas. No entanto, essa solução foi afastada pelo empresário.
Segundo o mesmo jornal, a estratégia jurídica a ser seguida pelos bancos será a de provar que Joe Berardo é o último beneficiário das empresas “que estão na sua esfera”. Num parecer da Direção de Gestão de Risco da CGD refere-se que apenas uma garagem no Funchal foi detetada enquanto “património direto do empresário”.
Um dos negócios de Joe Berardo que poderão vir ser chamados para pagar dívidas é a Quinta da Bacalhôa, empresa com 1200 hectares de vinhas e 40 quintas.