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Um terço dos anestesistas formados nos últimos anos opta por não trabalhar no SNS

Jornal de negocios

Cerca de um terço dos anestesistas formados nos últimos anos optou por não trabalhar no Serviço Nacional de Saúde (SNS), segundo um estudo publicado na Acta Médica Portuguesa.

De acordo com os Censos de Anestesiologia 2017, formaram-se em três anos 145 especialistas em anestesiologia e 99 terão ingressado nos quadros médicos dos hospitais do SNS, o que representa 68 por cento.

 

A capacidade formativa máxima de anestesiologistas aumentou, passando de um máximo de 64 para 80 médicos, uma alteração introduzia em 2016.

“Contudo, se deste esforço apenas dois terços dos novos especialistas efectivamente celebram contrato com as instituições do SNS, dificilmente conseguiremos no tempo estimado de três anos aumentar em 200 anestesiologistas”, como estava previsto no anterior Censos de 2014, refere o estudo.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, lamenta que o Ministério da Saúde continue a deixar sair profissionais para fora do país e para o privado, não os retendo no SNS.

“O país tem de criar condições competitivas para reter os jovens médicos no SNS. E dizer isto não significa pagar mais apenas. Significa, por exemplo, abrir rapidamente os concursos para os especialistas que terminam a sua formação e não demorar meses e meses a fazê-lo, fazendo com que desistam do sistema”, afirmou o bastonário à agência Lusa.

É também necessário, segundo o representante dos médicos, melhorar o apoio à formação profissional, dar acesso aos profissionais à investigação, oferecer um claro projecto de trabalho e boas condições para trabalhar.

Projecções feitas nestes Censos mostram que até 2020 só se conseguirão obter mais 200 anestesistas, tendo em conta as saídas dos profissionais que completam 66 anos e vão para aposentação.

O estudo indica que há um défice de 541 anestesiologistas nas instituições hospitalares do SNS. O rácio de anestesiologistas em 2017 determinado pelo Censos no SNS era de 12,4, para 100 mil habitantes quando em 2014 se situava nos 12,0.

Numa análise aos rácios pelas regiões das administrações de saúde, verifica-se que o rácio de anestesiologistas diminui em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve.

Origem
JN
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