Este ano, as praias portuguesas ganharam uma nova bandeira: listada com as cores amarelo e vermelho. Se a vir no areal não estranhe, significa que aquela zona é segura para ir a banhos
Nesta época balnear, os areais do nosso país ganharam uma nova sinalização. Se vir uma bandeira listada com as cores amarela e vermelha, não estranhe: é sinal de que aquela zona é segura para ir a banhos.
Mas porquê o amarelo e o vermelho? As cores podem, de facto, confundir, pois desde que somos crianças que aprendemos que o vermelho significa que estamos proibidos de ir ao mar e que o amarelo nos permite avançar, mas com cuidado. Ao i, Fernando Fonseca, porta-voz da Autoridade Marítima Nacional, explicou que as cores foram decididas num fórum internacional e que estas bandeiras são usadas a nível internacional. Mesquita Chim, subdiretor e capitão-de-fragata do Instituto de Socorros a Náufragos, completou a informação afirmando que “essa escolha resulta de uma convenção tomada pelos diferentes países pertencentes à ILF [International Life Saving, em português Associação Internacional de Nadadores-Salvadores]” e que é adotada por todos os países que pertencem à associação.
“A única coisa que pode fazer confusão (…) é as pessoas pensarem que, afinal, esta é a área em que não se pode entrar. Pode ter a função inversa, mas de facto não tem. Aquelas bandeiras delimitam a área recomendável para se ir a banhos, nem sequer é obrigatória, é recomendável”, revelou Fernando Fonseca.
Para combater este problema, à entrada das praias está um edital que diz qual o significado das bandeiras presentes na praia. Em caso de dúvida, o melhor é esclarecer sempre com o nadador-salvador. No entanto, Fernando Fonseca acredita que esta confusão será resolvida com o passar do tempo: “Isto com o tempo vai ser desmistificado, nós temos feito um esforço junto da comunicação social (…) para divulgar a razão daquelas bandeiras, tanto nas redes sociais como em todas as oportunidades que nós temos junto da comunicação social. Falamos sobre as bandeiras e penso que é uma questão de tempo. Esta questão vai ser desmistificada mas, como digo, não foi da nossa responsabilidade a escolha das cores.” “Aos poucos e poucos, as pessoas vão perceber que isto só tem vantagens”, acrescentou.
Mais-Valias para a segurança Fernando Fonseca acredita que esta bandeira é uma mais-valia para a segurança nas praias portuguesas, porque a maioria da população não conhece bem as praias e, assim, as pessoas vão reconhecer que aquela é “uma zona recomendada” para banhos e, portanto, “ao entrarem dentro de água correm menos risco”.
Mesquita Chim concorda: “Desde logo, aquelas bandeiras ajudam os banhistas porque, sendo as bandeiras que assinalam a zona recomendada para banhos, vão substituir a utilização daquelas placas antigas que todos nós conhecemos e que apontavam para zona de banhos.”
Apesar de o ano passado, nas praias do Algarve e da Costa da Caparica, já se ver esta bandeira, Mesquita Chim explicou que este ano se decidiu fazer a substituição total das placas que indicavam a zona de banhos e adotar estas bandeiras.
Como funciona a sinalização? A dinâmica é simples: como o nadador-salvador conhece a praia e o estado em que esta se encontra, consegue “identificar qual é a zona – estando a bandeira amarela ou verde – com menor corrente, em que a rebentação não é tão forte, a zona em que se entra dentro de água e que não é logo tão funda, e as pessoas, ao entrarem, não ficam logo com a água pelo pescoço (…)”, entre outras situações, explicou Fernando Fonseca.
Todas as características da praia vão sendo analisadas e identificadas ao longo do dia pelo nadador-salvador, que depois sinaliza qual é “a área mais favorável para que as pessoas possam ir a banhos”, embora “essa zona possa variar ao longo do dia mediante a alteração das condições” do tempo e do estado do mar.