O Presidente da República definiu ausência temporária do embaixador de Angola em Portugal como “questão passageira”. “Nós, angolanos e portugueses, estamos destinados a estar juntos”.
O Presidente da República disse este sábado em Torres Vedras que é uma “questão passageira” a ausência temporária do embaixador de Angola em Portugal, alegadamente motivada pela tensão entre os dois países, devido ao processo que envolve o ex-vice-presidente angolano.
“Nós, angolanos e portugueses, estamos destinados a estar juntos e, portanto, estaremos sempre juntos. Isso é mais importante do que as questões de pormenor temporárias, porque essas são passageiras, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, referindo-se à ausência de embaixador de Angola em Portugal.
O Presidente da República falava à margem do encerramento dos 800 anos da presença franciscana em Portugal, no Convento do Varatojo, em Torres Vedras, distrito de Lisboa.
De acordo com a edição deste sábado do semanário Expresso, apesar de o Presidente angolano já ter escolhido e de o Presidente português já ter dado o seu acordo, a cadeira da embaixada de Angola em Portugal não vai ser ocupada para já.
O semanário, que cita fonte da Presidência angolana, explica que a decisão se deve à tensão nas relações entre Angola e Portugal, devido ao processo ‘Operação Fizz, que envolve o ex-vice-Presidente angolano, Manuel Vicente.
Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse que o Governo português já deu o ‘agrément’ ao sucessor de José Marcos Barrica, exonerado do cargo.
Augusto Santos Silva desvalorizou a decisão do chefe de Estado angolano, negando a existência de qualquer tensão a nível diplomático entre Lisboa e Luanda.
Segundo o ministro, “este é o processo normal pelo qual se regulam as relações diplomáticas no que diz respeito às respetivas representações ao nível de embaixada”.
Santos Silva sublinhou que “seja qual for o Estado, o princípio das relações internacionais é a soberania de cada Estado nas matérias que lhe dizem respeito”, pelo que “não é da competência” de Portugal “opinar sobre decisões de Estados terceiros, designadamente quanto aos embaixadores e embaixadoras que escolhem para os sítios que entenderem”.
A saída do embaixador de Angola consta de uma nota da Casa Civil do Presidente da República angolano, João Lourenço, indicando apenas que José Marcos Barrica “havia sido nomeado para as funções que agora cessam em abril de 2009”.
Desde que assumiu o cargo, em setembro, o chefe de Estado angolano já exonerou e nomeou embaixadores para várias capitais.