Operação Marquês. Diogo Gaspar Ferreira vai pedir abertura de instrução
Os arguidos da Operação Marquês têm até dia 3 de setembro para requerer a abertura de instrução
Diogo Gaspar Ferreira, antigo diretor do empreendimento Vale do Lobo e arguido na Operação Marquês, vai pedir a abertura da instrução do processo.
O seu advogado, João Medeiros, disse à agência Lusa que este pedido vai incidir em questões de direito e não na totalidade da acusação. Recorde-se que Gaspar Ferreira é acusado de corrupção ativa de titular de cargo político, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada.
Os arguidos da Operação Marquês têm até dia 3 de setembro para requerer a abertura de instrução. Trata-se de uma fase preliminar ao julgamento, na qual os arguidos podem defender-se das acusações do Ministério Público. No final, o juiz de instrução decide quem irá a julgamento.
Depois de quatro anos de investigação, o Ministério Público formulou a acusação contra 28 arguidos – 19 pessoas e nove empresas. José Sócrates está acusado de 31 crimes – três de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal. Carlos Santos Silva, aquele que seria o testa-de-ferro do ex-primeiro-ministro, foi acusado de 33 crimes, e Ricardo Salgado, antigo líder do Banco Espírito Santos, de 21.
Os antigos administradores da PT, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, também são arguidos neste processo – são acusados de cinco e oito crimes, respetivamente.
Em causa estão três negócios: a OPA da Sonae à PT e a entrada da operadora portuguesa na brasileira Oi, a construção do empreendimento de Vale do Lobo e o desenvolvimento da linha de TGV. José Sócrates é o elemento que liga estes três negócios: o ex-primeiro-ministro terá lucrado 35,9 milhões de euros com estas operações, quantias essas que geraram um lucro em juros num valor de 1,1 milhões de euros .
No caso de Vale do Lobo, José Sócrates e Armando Vara terão recebido, cada um, um milhão de euros em luvas, depois de terem tomado decisões políticas e de gestão que facilitaram a compra do resort – em dois anos, a Caixa Geral de Depósitos investiu 256 milhões de euros em Vale do Lobo, suportando quase a totalidade da compra e financiando a sua expansão.