Os sindicatos dos médicos saíram esta quarta-feira de uma reunião no Ministério da Saúde (MS) sem contrapropostas por parte da tutela e anunciaram que vão manter a greve marcada para os dias 8, 9 e 19 de maio. Querem os ministros da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e das Finanças, Mário Centeno no próximo encontro negocial.
Não foram apresentadas contrapropostas por parte do Ministério da Saúde (MS) aos sindicatos, o que os levou a dizer que o encontro tinha sido inconclusivo. Por isso, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) apelaram à presença dos ministros da Saúde e das Finanças no próximo encontro, cuja data ainda não foi agendada.
Roque da Cunha, secretário-geral do SIM sublinhou ao JN que as questões colocadas em cima da mesa “não têm repercussões orçamentais”. E exemplificou: “quando se diz que os médicos passam de 18 para 12 horas da urgência para realizarem cirurgias e consultas programadas estamos a ganhar tempo”, porque se diminuem os atrasos nas listas de espera. A convocação da greve só deverá acontecer quando faltarem 10 dias úteis para a paralisação. “Incomoda mais os meus utentes do que o ministro da Saúde”, lamentou.
Em comunicado, a Fnam lamentou “a falta de vontade” da tutela “numa negociação séria”. O descongelamento das carreiras e das grelhas salariais são algumas das reivindicações. A Fnam sublinhou ainda que o MS mantém o pagamento a empresas de prestação de serviços com um valor anual de 120 milhões de euros, o que leva hospitais e centros de saúde a recrutar “pessoal médico não especializado para consultas e urgências”. A redução de 1900 para 1500 utentes por médico de família e a abertura de concursos para todos os graus e categorias são outras das reivindicações.
Recorde-se que a Fnam chegou a anunciar uma greve, também de três dias, para este mês de abril. Mas o SIM aderiu ao protesto e a data foi remarcada para maio.