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Marcelo avisa que “é preciso mais”

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Marcelo Rebelo de Sousa quer mais ação para evitar tragédias como as de Pedrógão Grande.

O Presidente da República reconheceu este domingo que o País mudou, depois da tragédia de Pedrógão Grande, mas questionou-se se “foi o suficiente”. No congresso nacional de queimados “Renascer um ano depois”, em Pedrógão Grande,  Marcelo Rebelo de Sousa fez um discurso de análise sobre um país que acordou para o problema da coesão terroritorial, mas também deixou avisos, porque é preciso fazer mais.

“Ou isto serve para mudarmos mesmo de vida ou o que é que andamos a fazer aqui? Andamos os mais responsáveis dos responsáveis para quem os outros olham e dizem: “Os senhores estão aí e estão a fazer o que podem?” Acho que os responsáveis estão a fazer – todos. Mas provavelmente ainda não chega. É preciso mais”, pediu o Presidente da República que já visitou vezes sem conta as áreas ardidas do último verão.

No dia em que se assinala a morte de 66 pessoas, Marcelo Rebelo de Sousa dedica a sua agenda às vítimas, mas também ao diagnóstico e balanço. “O grande desafio que se coloca agora a nós, como país, é sabermos se além de termos mudado, mudámos o suficiente. Isto é, hoje estamos aqui, um ano volvido. E daqui a um ano? Quando estivermos a poucos meses das eleições estaremos cá os mesmos? Estarão os mesmos com a mesma preocupação, com a mesma mobilização? E no ano seguinte em que não há eleições? Estaremos os mesmos a retirar as lições do passado e a construir o futuro? E os passos que vai sendo preciso dar, para além dos já dados, do que já começou, esses passos continuarão a ser dados? E compreender-se-á que o essencial só muda se deixar de haver o desconhecimento, o afastamento, a ignorância?”, argumentou o Chefe de Estado, antes de prosseguir viagem rumo à Igreja Matriz de Pedrógão Grande para uma missa de homenagem às vítimas.

O Presidente da República pediu este fim-de-semana uma estratégia para colocar um ponto final nas assimetrias regionais e deu um prazo: 2023, o final da próxima Legislatura.

O primeiro-ministro, António Costa, assumiu, por seu turno, que não se pode “aguardar” por uma nova tragédia e desvalorizou o facto de não ter sido convidado para uma sessão de homenagem às vítimas de Pedrógão Grande. “Devemos respeitar a forma como cada um vive os momentos de dor”. Costa participou na missa de homenagem às vítimas dos incêndios com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

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