Fizz. Tribunal alivia medidas de coação de ex-procurador Orlando Figueira e Paulo Blanco
Jornal I
Antigo magistrado continua impedido de se deslocar para o estrangeiro
O juiz Alfredo Costa justifica que não existe já perigo de perturbação da prova e que os arguidos têm mantido um comportamento correto durante as sessões de julgamento, adiantando que por isso não faz sentido manter as medidas de coação a que estavam sujeitos.
Ainda assim, o antigo magistrado continua proibido de se ausentar para o estrangeiro. Quanto ao advogado Paulo Blanco, o tribunal vai ainda decidir se se irá manter proibido de exercer advocacia nos termos em que estava desde o início.
Na Operação Fizz estão em causa crimes de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal. Orlando Figueira é suspeito de receber luvas de 760 mil euros de Manuel Vicente para arquivar inquéritos que o visavam.
Os arguidos Paulo Blanco e Armindo Pires, homem de confiança de Vicente, são, segundo o MP, os intermediários do esquema.
As defesas têm afastado ao longo de todo o julgamento qualquer ligação entre a Sonangol (e o seu antigo presidente Manuel Vicente) e a Primagest, sociedade que contratou Figueira e através da qual foram pagos ao antigo magistrado grande parte dos montantes.
Os arguidos dizem que a saída de Figueira do DCIAP foi consequência de um convite do banqueiro Carlos Silva, presidente do BPA e vice presidente do Millennium BCP. Uma tese que tem sido reforçada com depoimentos de diversas testemunhas. Orlando Figueira não teve em mãos qualquer investigação contra este banqueiro.