Está calor? Aproveite. Temperaturas vão baixar e chega a trovoada
A partir de segunda-feira o calor será menos intenso, tendência a manter em setembro que será um mês de temperaturas mais amenas. Interior do país pode ter trovoada, chuva e queda de granizo.
As temperaturas altas que se fazem sentir neste início de setembro não vão durar muito e não vão atingir os valores dos primeiros dias de agosto, em que foram batidos recordes. Domingo será ainda um dia quente em todo o país, acima dos 30 graus, mas em que já haverá uma ligeira descida das temperaturas e o resto da semana será mais amena, com possibilidades até de chuva no litoral norte e centro. Nas regiões do interior, alertam os meteorologistas, haverá mais instabilidade com a ocorrência provável de trovoadas e de queda de granizo a partir de domingo e durante alguns dias.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) esclarece que as previsões já apontavam para um “tempo muito quente” no início deste fim-de-semana. Alguns distritos, como Évora, Beja, Castelo Branco e Portalegre, foram colocados em alerta amarelo, o mais baixo.”A partir de domingo e, sobretudo, segunda-feira, as temperaturas descem e o interior norte e centro irá ter instabilidade e pode ter situações de chuva e trovoada”, disse ao DN Ricardo Tavares, do IPMA.
Este calor de setembro não tem comparação com o que foi sentido nos primeiros dias do mês passado, em que foram batidos recordes de temperaturas máximas. “Não há comparação nem chega lá perto”, explica o meteorologista, que considera ser “normal” acontecer dias com temperaturas mais altas em setembro. “Não se trata sequer de calor que se estenda por muitos dias. Sábado deverá ser o dia com temperaturas mais altas”, acrescentou.
Para este mês, o IPMA prevê que até dia 8 se manterá neste registo de calor moderado, apesar de apontar que “a precipitação será abaixo da média”. As temperaturas máximas devem ficar abaixo dos 30 graus na primeira semana. Em relação às semanas seguintes o IPMA não tem ainda previsão.
Um Outono à “moda antiga”
Daniel Zeferino, da Best Weather, um projeto privado de meteorologia, explica que a existência de temperaturas altas, a rondar os 40 graus, e a possibilidade de instabilidade com trovoadas e queda de granizo são situações “típicas nesta altura de transição” de estações. “Uns dias com 40 graus não é nada de muito anormal em setembro. Não estamos a falar das elevadas temperaturas do início de agosto”, disse o meteorologista que considera que o mês de setembro irá ter, dentro das previsões possíveis, um “padrão dentro do normal”.
A BestWeather prevê, tal como o IPMA, que os próximos dias possam trazer instabilidade sobretudo no interior do país, com as duas primeiras semanas a serem propícias a ocorrência de trovoada, chuva repentina, vento forte e queda de granizo. O “litoral norte e centro podem ter chuviscos” e a chuva mais regular será “mais provável ocorrer mais perto do final do mês”.
Setembro será um mês com temperaturas agradáveis, em que a chuva deve chegar com mais regularidade na última semana
O mês de setembro, até à terceira semana, irá caracterizar-se, segundo esta empresa de meteorologia, “por tempo muito agradável, com influência marcada do anticiclone dos Açores”, com “vento mais brando” e “temperaturas, em geral, um pouco acima da média”. Mas sem grandes ondas de calor. “A partir dos últimos 10 dias de setembro e durante o mês de outubro, esperamos que as condições se tornem gradualmente mais chuvosas e instáveis”, prevê a BestWeather.
Em relação aos fenómenos de trovoada e chuva repentina, estes são vistos como normais. Já em julho e agosto houve casos de dias com chuva, trovoada e queda de granizo que provocaram estragos em localidades como a Sertã.
“Não são fenómenos anormais no Verão, todos os anos acontecem. Não se sentem tanto nas zonas urbanas mas as chuvas torrenciais e a trovoada têm efeitos importantes em zonas do interior, com menor densidade populacional. As consequências podem ser cheias e destruição de colheitas com o granizo. A agricultura é uma atividade que pode ser afetada, com risco para plantações quando ocorrem estas situações de instabilidade”, explica Daniel Zeferino.