A circulação ferroviária, que esteve afetada na segunda-feira devido à greve dos trabalhadores do setor, estava às 7.30 horas desta terça-feira a fazer-se ainda com perturbações.
A “circulação ferroviária está quase normalizada em Lisboa e no Porto, havendo ainda a registar alguns atrasos”, disse à agência Lusa fonte da CP – Comboios de Portugal.
Na segunda-feira, o presidente da CP já tinha dito que as supressões, que se iniciaram no domingo – um dia antes do início da greve -, deveriam manter-se até hoje, tendo em conta “a natureza e o modelo de exploração da CP”.
Sobre os efeitos da adesão à greve, este responsável disse na segunda-feira que o número de supressões, entre a meia-noite e as 16 horas de segunda-feira, foi “superior a 84%”.
Por sua vez, o Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial Itinerante (SFRCI) apontou para uma supressão de 85% dos comboios em todo o país, adiantando que houve “100% de adesão na área comercial”.
Os trabalhadores ferroviários da CP, Medway e Takargo estiveram em greve contra a possibilidade de circulação de comboios com um único agente.
Os sindicatos consideram que “a circulação de comboios só com um agente põe em causa a segurança ferroviária – trabalhadores, utentes e mercadorias” -, e defendem, por isso, que “é preciso que não subsistam dúvidas no Regulamento Geral de Segurança (RGS)”.
Os ferroviários rejeitam alterações ao RGS com o objetivo de reduzir custos operacionais e consideram que a redação do Regulamento Geral de Segurança, em discussão nos últimos meses, deixa em aberto a possibilidade de os operadores decidirem se colocam um ou dois agentes nos comboios.
O presidente da CP disse que a paralisação dos trabalhadores ferroviários teve um impacto na ordem dos 1,3 milhões de euros e garantiu que os comboios vão continuar a operar com dois agentes.