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Vai começar o maior exercício militar da Rússia desde a Guerra Fria

Maior exercício militar russo desde o fim da Guerra Fria decorre, entre os dias 11 e 15, na Sibéria Oriental e no Extremo Oriente russo e envolve, além das forças armadas russas, unidades da Mongólia e da China

A Rússia de Vladimir Putin vai iniciar esta terça-feira o exercício militar Vostok, ou seja, Leste – três dias depois de ter terminado manobras militares no Mediterrâneo que envolveram mais de 25 navios e 30 aviões.

Trata-se das maiores manobras militares russas desde 1981 e, além das forças armadas russas, envolvem igualmente unidades militares oriundas da Mongólia e da China.

O exercício, apelidado pela imprensa internacional como jogos de guerra, decorre até dia 15 deste mês na zona da Sibéria Oriental e no Extremo Oriente russo.

Os EUA indicaram que vão acompanhar o exercício de perto e a NATO também. Citado pela BBC, o porta-voz da Aliança Atlântica, Dylan White, indicou que a NATO foi informada do Vostok-2018 em maio.

“Todos os países têm direito a realizar exercícios com as suas forças armadas, mas é essencial que isso seja feito de forma transparente e previsível”, declarou o responsável, que representa os aliados.

“Vostok representa que a Rússia está focada num exercício para um conflito em larga escala. Enquadra-se no padrão que temos vindo a ver há algum tempo: uma Rússia mais assertiva, a aumentar substancialmente o seu Orçamento em Defesa e a sua presença militar”, sublinhou, à BBC, Dylan White.

“Trata-se de uma preparação para uma futura guerra mundial. O estado maior russo calcula que ela ocorrerá depois de 2020: seja uma guerra global, seja uma série de conflitos regionais importantes. E o inimigo são os Estados Unidos e os seus aliados”, disse o especialista militar russo Pavel Felguengauer, citado pela AFP.

Segundo o mesmo, a participação da China nestes exercícios, é um fator chave. “Não é tanto um sinal, uma mensagem, mas mais uma preparação para uma guerra real em grande escala”, adiantou Felguengauer.

Estas manobras militares acontecem num contexto de fortes tensões entre a Rússia e o Ocidente, por causa da anexação da Crimeia à Ucrânia em 2014, por causa da intervenção de Moscovo na Síria, em apoio do regime de Bashar al-Assad, por causa das acusações de ingerência nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA e ainda por causa das acusações de envolvimento no envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal no Reino Unido em março deste ano.

Espera-se que o presidente Vladimir Putin vá ao terreno ver em pessoa como está a decorrer o Vostok-2018, sendo que um dos convidados de honra do líder russo será o presidente da China, Xi Jinping.

Citado pela agência Interfax, o chefe do estado maior russo, Valery Gerasimov, garantiu em Moscovo: “As manobras não são dirigidas contra outros países e estão em linha com a nossa doutrina militar, que é de natureza defensiva”. E esclareceu que os cenários de guerra que vão ser usados são meramente hipotéticos e puramente imaginários, referiu a mesma agência noticiosa russa.

Eis aqui alguns números do exercício militar russo Vostok-2018:

300 mil militares:
3200 dos quais chineses. Em 2014, no Vostok-2014 estiveram envolvidos 155 mil militares, praticamente metade. No ano passado, no exercício Zapad-2017, no Leste da Europa, participaram 12 700 soldados

36 mil veículos militares: 
entre tanques, blindados de transporte de tropas, veículos de combate de infantaria

1000 aviões
Todo o equipamento moderno das forças armadas russas será utilizado: mísseis Iskander capazes de transportar ogivas nucleares, tanques T-80 e T-90 ou os recentes aviões de combate Su-34 e Su-35​​​

80 navios
No mar, a frota russa destacará várias fragatas equipadas com mísseis Kalibr, que já deram provas na Síria.​​​​​​

1981:
O Exército russo comparou o Vostok-18 (Leste-18) ao Zapad-81 (Oeste-81), o maior exercício militar da era soviética, que contou com a participação de 100 mil a 150 mil soldados do Pacto de Varsóvia em 1981

Origem
DN
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