Trump e família continuam a pedir dinheiro a apoiantes para inverter o resultado das eleições
Trump e família continuam a pedir dinheiro a apoiantes para inverter o resultado das eleições
Trump não reconheceu a vitória de Biden nas eleições de 3 de novembro, e vem insistindo, sem apresentar provas, que foi cometida uma “fraude” eleitoral e que houve “votos ilegais”.
A campanha de Trump e do vice-presidente Mike Pence continua a enviar mensagens aos seus apoiantes, assinadas também pelos filhos do milionário norte-americano, Lara, Eric e Donald Jr., pedindo fundos para o que designam como “Fundo Oficial de Defesa Eleitoral” (inicialmente batizado “Defesa das Eleições”).
A equipa jurídica do republicano intentou ações judiciais para parar de contar os boletins de voto que chegaram após o encerramento das urnas, mesmo que o carimbo do correio prove que foram enviados a tempo, e, noutros casos, para pedir a recontagem de votos.
“As pessoas sabem exatamente o que se está a passar neste país. É uma fraude! Há discrepâncias ridículas nos votos em todo o país, pelo que o meu pai formou o Grupo de Trabalho de Defesa Eleitoral para combater esta corrupção”, pode ler-se numa das mensagens assinadas por Eric Trump.
“Os Democratas […] não compreendem a coragem e determinação do povo americano. O meu pai pode contar consigo? Contribua com qualquer montante imediatamente para integrar o Grupo de Trabalho de Defesa Eleitoral”, acrescenta-se na mensagem.
O site Investopedia calcula que Trump angariou 595,6 milhões de dólares para a campanha para as presidenciais (cerca de 500 milhões de euros), tendo gasto 574,9 milhões de dólares (483,4 milhões de euros).
A campanha de Trump anunciou no domingo que o congressista republicano Doug Collins irá liderar a equipa para fazer a contagem dos votos “assim que o escrutínio estiver concluído”.
Apesar de não haver quaisquer indícios de fraude eleitoral, Trump tem insistido em contestar os resultados, depois ter lançado suspeições durante vários meses sobre a legitimidade do resultado final das eleições, alegando não ter confiança nos votos por correspondência, que este ano bateram recordes, com mais de 100 milhões de eleitores a escolherem esta opção, muito por causa da pandemia.
“Estamos preocupados com a falta de transparência no processo de apuramento, especialmente devido a relatos de irregularidades e recolha indevida de votos na Geórgia”, disse um dos advogados e conselheiro geral de Trump para a sua campanha, Matt Morgan.
“Para que os americanos tenham plena fé e confiança nas nossas eleições, todos os votos legais devem ser contados e todos os votos ilegais ou fraudulentos devem ser excluídos”, acrescentou, repetindo uma mensagem em que Trump insiste há vários dias, e que foi divulgada também pela primeira-dama, Melania Trump, em mensagens na rede social Twitter.
Os advogados de Trump também deram entrada de uma ação judicial para que os votos pelo correio no estado da Pensilvânia que chegaram após o encerramento das urnas sejam invalidados, e já conseguiram que fossem contados separadamente.
Noutro sinal da recusa de Trump em reconhecer a derrota, o jornal The Washington Post noticiou no domingo que a pessoa encarregada pelo Governo para facilitar a transição de poder para Biden se recusou a assinar uma carta para permitir à equipa do presidente eleito iniciar formalmente o seu trabalho.
Depois de confirmar a sua vitória nas urnas, Biden proferiu o seu discurso de vitória no sábado à noite, que teve um tom conciliatório e apelou à unidade e à “cura das feridas”.
A tomada de posse de Joe Biden como 46.º Presidente dos Estados Unidos está marcada para 20 de janeiro de 2021 e até às 12:00 desse dia o atual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, irá manter os seus poderes.