Rússia tentou atacar organismo de investigação nuclear, diz Holanda
Organismo com sede em Haia que seria o alvo era responsável por investigar o uso de armas químicas em Salisbury (Reino Unido) e Douma (Síria).
Os serviços de segurança da Holanda expulsaram, em Abril, quatro russos por um plano de ataque contra o organismo global de supervisão do uso de armas químicas, e revelaram hoje a tentativa de ataque.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), com sede em Haia, era responsável pelas investigações ao uso de um agente de nervos, novichok, num ataque contra um ex-espião russo em Salisbury (Reino Unido), pelo qual o Governo britânico acusa a Rússia, e pelo suspeito uso de armas químicas em Douma (Síria), num ataque levado a cabo pelas forças de Bashar al-Assad e os seus aliados russos. A Rússia sempre negou qualquer envolvimento nos dois casos.
A operação contra a OPAQ foi preparada pelos serviços secretos militares russos, e os suspeitos tinham passaportes diplomáticos, diz a BBC.
Os quarto agentes entraram na Holanda a 10 de Abril e a 13 de Abril foram apanhados com equipamento de hacking perto da sede da OPAQ, disseram fontes citadas pelo diário britânico The Guardian. Uma equipa de agentes contra-terrorismo holandeses interveio para interromper a operação, apanhando-os “em flagrante”. Os quatro russos foram enviados para a Rússia; o equipamento ficou na Holanda.
A informação da Holanda, dada na manhã desta quinta-feira numa conferência de imprensa do Ministério da Defesa, segue-se a uma acusação de Londres, com base em investigações do Centro Nacional para a Ciber-Segurança, contra os mesmos serviços secretos militares russos: de que estão a trabalhar para minar as democracias ocidentais com operações para semear o caos em áreas desde o desporto à política.
A Holanda já tinha, no início do ano, detido e expulso dois agentes russos suspeitos de planear entrar no laboratório que analisava as amostras do agente químico usado em Salisbury.