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Na Europa, focos de coronavírus surgem após suspensão de restrições

Mesmo com tendência geral de queda nos casos diários e mortes pela Covid-19, autoridades insistem no distanciamento físico para evitar segunda onda

Na Europa, vários países que saíram do confinamento estão experienciando picos localizados de infecções por coronavírus. A maioria dos governos continua a alertar para a ameaça de uma segunda onda da Covid-19, doença causada pelo coronavírus, caso a população não seja cuidadosa.

Apesar de países como a França, Alemanha e Espanha manterem sua tendência geral de queda nos novos casos diários e nas mortes causadas pelo vírus, as autoridades nacionais insistem na importância do distanciamento físico para que a contaminação não saia do controle, já que a tendência é que as restrições sejam flexibilizadas progressivamente.

Alemanha

A chanceler alemã, Angela Merkel, pede cautela desde o início da reabertura no país, no final de abril. Os 16 estados da Alemanha têm soberania para controlar as medidas de confinamento e decidiram suspendê-las antes que Merkel gostaria.

Conforme os  temores da chanceler, novos focos de contágio foram detectados desde a primeira fase de reabertura, quando lojas com menos de 800 metros quadrados, além de concessionárias e livrarias, tiveram suas portas reabertas ao público que, obrigatoriamente, deve utilizar máscaras faciais ao sair de casa.

Apesar de manter uma distância física de 1,5 metro, mais de 100 pessoas foram infectadas após uma missa em uma igreja em Frankfurt, no dia 10 de maio. O jornal britânico The Guardian reporta que mais de doze pessoas também contraíram o vírus depois da reabertura de um restaurante no norte do país, em Leer, e surtos consideráveis ​​ocorreram em centros de logística da Amazon e em vários frigoríficos – na Baviera, os contágios em um matadouro elevaram a taxa de infecção local para 50 casos por 100.000 habitantes, fazendo com que restrições locais fossem reimpostas.

Depois que bares e restaurantes reabriram em Berlim, no dia 15 de maio, o nível de contágio (Taxa de R), que estava abaixo de um, saltou para 1,37. No entanto, em todo o país, novos casos diários se mantêm entre 400 e 600, muito abaixo do pico de 7.000 no final de março.

França

O país deve iniciar a segunda fase da reabertura nesta segunda-feira, 1º de junho. O país começou a relaxar as medidas de bloqueio no dia 11 de maio, quando a população foi autorizada a sair de casa sem “passes” digitais. Alguns serviços não essenciais também voltaram à ativa, e alguns alunos retornaram à escola.

Desde então, dezenas de novos focos de coronavírus – alguns com mais de 50 casos pessoas contaminadas – foram detectados, reporta o Guardian. Os grupos de contágio estão ligados a hospitais, matadouros, albergues, escolas e serviço funerário. Além disso, autoridades também estão rastreando 400 pessoas que participaram de uma partida de futebol ilegal.

Para epidemiologistas do país, se a França mantiver uma taxa de menos de 1.000 novos casos por dia, estará em “uma zona segura”. Nos últimos dias, foram registrados entre 200 e 400 casos. Enquanto isso, a Taxa R está em 0,77, considerada baixa – o ideal para uma reabertura é que o número seja menor que um.

Espanha

O epidemiologista Fernando Simón, espécie de Anthony Fauci espanhol, alertou novamente esta semana que o controle da pandemia no país não deve ser tomado como certo. O chefe da emergência de saúde na Espanha afirmou que um surto devido a “um pequeno e inocente grupo pode ser o início de outra epidemia”.

O país sofreu muito para controlar o coronavírus, que infectou quase 238.000 espanhóis e deixou mais de 27.000 mortos. Atualmente, o número de novos casos fica entre 400 e 500 por dia, frente aos mais de 7.500 durante o pico da pandemia. Contudo, quando seis novos casos foram descobertos na região de Múrcia, ligados a um trabalhador agrícola contaminado que escondeu os sintomas da doença, Simón soou o alarme.

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