Primeira-ministra britânica defende que o Reino Unido fez o que era “o mais correto”
Estas afirmações, feitas perante os deputados britânicos, surgiu depois de o líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, ter afirmado que o ataque levado a cabo no fim de semana passado era “legalmente questionável” por não ter tido a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para além disso, o líder do Labour disse que May aceitou participar nesta ofensiva por ordem do presidente dos EUA.
Para além disso, a primeira-ministra britânica afirmou ter em sua posse provas de que o regime de Assad esteve por detrás dos ataques químicos em Douma. Um dos dados é que um helicóptero do regime sírio sobrevoou a área momentos antes do ataque, que fez dezenas de mortos. May disse ainda que nessa ofensiva foram usadas bombas-barril lançadas de helicópteros.
“Nenhum outro grupo poderia ter levado a cabo o ataque. A oposição não tem helicópteros nem utiliza bombas de barril. E o Daesh [acrónimo árabe para o autodesginado Estado Islâmico] não tem, sequer, presença em Douma”, defendeu.
Recorde-se que o ataque de sábado teve como alvos instalações associadas à produção e armazenamento de armamento químico e teve como objetivo responder ao regime de Bashar al-Assad, aquele que os EUA e os seus aliados consideram responsáveis pelos ataques químicos em Douma, que mataram pelo menos 70 pessoas, revelou a Organização Mundial de Saúde.
Tanto a Síria como a sua aliada Rússia negaram qualquer envolvimento do governo sírio nestes ataques e pediram à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) que enviasse inspetores para Douma para averiguar a autoria dos ataques. Estes ainda não conseguiram entrar naquela área.
No sábado, Moscovo defendeu que o ataque dos EUA e os seus aliados tinha como objetivo dificultar esse mesmo acesso. “Os golpes foram infligidos numa época em que os inspetores da OPAQ deveriam ir à Douma com a tarefa de restabelecer a verdade. Há todos os motivos para acreditar que o objetivo do ataque foi obstruir o trabalho dos inspetores”, lê-se num comunicado divulgado pelo Kremlin no sábado.