Marcelo destaca a importância do futuro à chegada a Luanda
"O que é significativo não são os irritantes do passado, nem os insignificantes do presente, são os importantes do futuro", disse Marcelo Rebelo de Sousa no primeiro discurso à chegada a Luanda, para uma visita oficial de quatro dias a Angola.
O presidente português respondia a perguntas dos jornalistas sobre o “caso Jamaica” – o incidente entre moradores angolanos daquele bairro, no concelho do Seixal, e a polícia, ocorrido em janeiro e que deu origem depois a uma manifestação realizada em Lisboa, em que se registaram incidentes entre manifestantes e polícias.
Marcelo Rebelo de Sousa viajou desde Lisboa num Falcon da Força Aérea Portuguesa, que aterrou no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro pelas 16.50 horas locais (15.50 horas em Portugal continental), em Luanda, após escalas em Cabo Verde e em São Tomé e Príncipe.
À chegada, o chefe de Estado foi recebido na pista do aeroporto pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Domingos Augusto, e pelo governador da província de Luanda, Sérgio Luther Rescova, com alas militares de cortesia.
Marcelo Rebelo de Sousa chegou esta terça-feira à tarde a Luanda, para uma visita de Estado de quatro dias a Angola que começa oficialmente na quarta-feira e se estende às províncias de Benguela e Huíla.
O chefe de Estado português vai estar presente, esta terça-feira, no aniversário do presidente de Angola, João Lourenço, que completa 65 anos.
O programa da sua visita de Estado começa na quarta-feira de manhã, com a deposição de uma coroa de flores no Memorial Agostinho Neto e um encontro com João Lourenço no Palácio Presidencial, onde haverá igualmente conversações ministeriais, seguido de uma conferência de imprensa conjunta.
Em cima da mesa estará certamente o tema de regularização de dívidas de Angola a empresas portuguesas, que teve avanços durante a visita do primeiro-ministro português, António Costa, a Angola, em setembro do ano passado, e na visita de João Lourenço a Portugal, em novembro.
À tarde, o Presidente português discursa numa sessão solene na Assembleia Nacional e encontra-se com estudantes na Universidade Agostinho Neto, onde deu aulas de direito. À noite, tem um jantar oficial oferecido pelo chefe de Estado e de Governo de Angola.
Pela parte do Governo, Marcelo Rebelo de Sousa é acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, bem como pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.
Três líderes parlamentares, Fernando Negrão, do PSD, Nuno Magalhães, do CDS-PP, e João Oliveira, do PCP, integram a sua comitiva oficial nesta visita.
A delegação parlamentar inclui também a vice-presidente da bancada do PS Lara Martinho e a deputada Maria Manuel Rola, do BE, partido que acompanha pela primeira vez uma visita oficial a Angola.
Entre quinta e sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa desloca-se ao Lubango, na Huíla, e a Benguela, Lobito e Catumbela – viajando de comboio entre estes dois últimos municípios -, na província de Benguela, alargando os seus contactos políticos aos governadores destas regiões.
O chefe de Estado português visita Angola três meses depois de ter recebido em Portugal, também em visita de Estado, o Presidente angolano, João Lourenço, que tomou posse em setembro de 2017, dando início a um novo ciclo político, após 38 anos com José Eduardo dos Santos no poder.
Marcelo Rebelo de Sousa esteve em Angola nessa cerimónia de posse, em que João Lourenço deixou Portugal de fora da lista de principais países parceiros que mencionou no seu discurso.
Esta visita de Estado, considerada uma das mais importantes do seu mandato, termina precisamente no dia 09 de março, em Luanda, onde se irá despedir do Presidente angolano, João Lourenço, e terá um encontro com membros da comunidade portuguesa e lusodescendente.
A passagem deste aniversário em solo angolano não é casual, disse o Presidente à agência Lusa: “Foi uma opção intencional minha e foi possível conjugar o programa”.
Esta é a 13.ª visita de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa, que desde que tomou posse, em 09 de março de 2016, já se deslocou ao estrangeiro mais de meia centena de vezes e esteve em 32 países diferentes.