Macron e a insólita foto com o dedo do meio: “Amo todos os filhos da república”
De visita à ilha de São Martinho, o presidente francês foi fotografado com dois jovens em gestos obscenos. Marine Le Pen mostrou-se indignada. Emmanuel Macron diz amar "todos os filhos da república, independentemente dos seus disparates".
De corpos suados, em tronco nu e roupa interior à vista, dois jovens receberam de forma calorosa o presidente francês na visita que fez a São Martinho, nas Antilhas.
O objetivo da viagem, que se estendeu a São Bartolomeu, foi tomar contacto com as populações das ilhas destruídas pelos furacões Irma e Maria, há um ano.
Mas uma das fotografias tinha elementos incomuns. Um dos jovens tinha o dedo indicador e o dedo mindinho no ar, e o outro de dedo médio no ar. Entre eles, um sorridente chefe de Estado.
No domingo, a líder da União Nacional, Marine Le Pen, escreveu no Twitter: “Nem sequer encontramos palavras para expressar a nossa indignação. A França certamente não merece isto. É imperdoável!”
Emmanuel Macron tentou desdramatizar o sucedido, durante uma conferência de imprensa ainda na ilha.
“Marine Le Pen não está com o povo. Marine Le Pen é a extrema-direita, e a extrema-direita não está com o povo, eu sou presidente da República e não vou deixar ninguém do povo para trás”, disse.
“É um filho da República, ele não escolheu o lugar onde nasceu, e não teve a possibilidade de o fazer”
“O que me fez lutar para vencer Marine Le Pen nas eleições e a razão pela qual estou aqui hoje é porque eu amo todos os filhos da república, independentemente dos seus disparates. Porque é um filho da República, ele não escolheu o lugar onde nasceu, e não teve a possibilidade de o fazer”, declarou.
Explicou ainda que o seu objetivo é “ajudar esta juventude”, tendo referido que o jovem do gesto obsceno é estudante e o outro saiu da prisão após ter cumprido pena por furto.
Disse ainda que, no final, os dois jovens transportaram uma jovem deficiente que queria cumprimentá-lo. “Eles foram capazes de fazê-lo porque eu olhei para eles com confiança, porque eu os respeitava, isso é a república”, acrescentou.