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Família judia recupera pintura roubada há 76 anos pelos nazis

O FBI devolveu na segunda-feira uma pintura do holandês Salomon Koninck aos legítimos proprietários, uma família francesa judia que há 75 anos foi roubada pelos nazis em França na Segunda Guerra Mundial.

A peça, “Um filósofo afiando a sua pena”, pintado por Koninck em 1639, foi entregue à família Schloss, numa cerimónia realizada no consulado francês em Nova Iorque, Estados Unidos, com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Jean-Yves Drian.

“Foi roubado no nosso território pela Gestapo [polícia nazi] e levado para Munique com a cumplicidade de colaboradores franceses, em 1943, e tinha sido perdido o seu rasto”, explicou Drian, que enfatizou o atual aumento do antissemitismo e frisou os esforços do seu Governo para o combater, denunciando a falta de ação por parte dos Estados Unidos.

“Finalmente reencontrou-se com os seus donos, os herdeiros de Adolphe Schloss [um colecionador de arte francesa] e os seus cinco filhos”, acrescentou o ministro.

Presentes na cerimónia estavam também os bisnetos de Schloss, Laurent e Michel Vernay, assim como a sua nora, Eliane Demartini, que descreveu o regresso da pintura como uma “pequena vitória” e lembrou que ainda há muitas peças de arte que foram roubadas, mas que continuam desaparecidas.

O governante francês destacou que o seu país prossegue esforços para acelerar a identificação e restituição de obras roubadas durante o regime de Hitler, e observou que mais de dois terços das 100 mil peças usurpadas pelos nazis foram encontradas logo após o fim do conflito.

“Um filósofo afiando a sua pena” foi encontrado em 2017, quando o seu então proprietário, o chileno Renate Stein, contactou a casa de leilões Christie com a intenção de o vender em Nova Iorque, depois de a sua família o ter adquirido na Alemanha, nos anos 50.

Por sua parte, o representante do FBI que entregou a obra aos donos explicou as árduas investigações que têm ser realizadas neste tipo de casos para demonstrar a origem das peças, e sublinhou a importância vital da colaboração das casas de leilões na identificação e comunicação de peças roubadas.

Origem
JN
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