Em seis meses 346 mortos. China e Etiópia encostam Boeing 737 Max 8
A Air China e a Ethiopian Airlines suspenderam a frota de aviões Boeing 737 MAX 8, após a queda de um destes aparelhos, no domingo, que causou 157 mortos. Em seis meses, dois acidentes com este modelo causaram 346 vítimas mortais.
A companhia aérea Ethiopian Airlines anunciou, esta segunda-feira, que imobilizou todos os seus Boeing 737 MAX após a queda no domingo de uma das suas aeronaves que matou as 157 pessoas que seguiam a bordo.
“Após o trágico acidente de [voo] ET 302 (…), a Ethiopian Airlines decidiu imobilizar toda a sua frota de Boeing 737 MAX de ontem [domingo], 10 de março, até novo aviso”, informou a companhia aérea, num comunicado publicado na rede social Twitter.
Também esta segunda-feira, as autoridades chinesas ordenaram a todas as companhias aéreas do país para que deixem de usar temporariamente aviões Boeing 737 Max 8.
A Administração da Aviação Civil da China esclareceu que a ordem se deve a preocupações com a segurança, já que se trata do segundo acidente com aquele modelo no espaço de cerca de dois meses.
O primeiro ocorreu ao largo da costa da Indonésia, em circunstâncias semelhantes, em 29 de dezembro, e resultou também na morte de todos os 189 ocupantes.
O avião partiu da capital etíope, Adis Abeba, com destino à capital do Quénia, Nairobi. O aparelho caiu numa zona chamada Hejeri, perto da cidade de Bishoftu, a cerca de 42 quilómetros a sudeste da capital da Etiópia e onde fica sediada a maior base da Força Aérea etíope.
As causas do acidente ainda não são conhecidas, mas pouco mais de uma semana após o acidente na Indonésia a Boeing reconheceu implicitamente que um sensor pode estar na origem do acidente com um 737 da transportadora Lion Air e atualizou as instruções para companhias aéreas confrontadas com o mesmo problema.
Em paralelo, a FAA (regulador aéreo norte-americano) ordenou aos operadores do 737-8 e 737-9 em todo o mundo para proceder de imediato à revisão preconizada pelo construtor, porque a falha detetada pode causar uma perda de altitude e os pilotos podem ter graves dificuldades em manter o controlo do aparelho.