Covid-19: OMS diz que o vírus pode não ter surgido em Wuhan
A Organização Mundial de Saúde (OMS), admite que o vírus que desencadeou a pandemia da Covid-19, pode não ter tido origem em Wuhan, na China, apesar de os primeiros casos da doença terem surgido nesse local.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), admite que o vírus que desencadeou a pandemia da Covid-19, pode não ter tido origem em Wuhan, na China, apesar de os primeiros casos da doença terem surgido nesse local.
Michael Ryan, director executivo do programa de emergências da OMS, referiu: «É preciso lembrar que estava montado um sistema de vigilância especificamente em Wuhan para detectar casos atípicos de pneumonia. Estava lá com um propósito muito especifico», disse o responsável.
«O facto de o alarme ter soado lá (em Wuhan), não significa necessariamente que foi lá que a doença passou dos animais para os humanos», disse Ryan, sublinhando a necessidade de se realizar «um estudo epidemiológico muito mais extenso e retrospectivo».
O especialista refere ainda a importância de «olhar para aqueles primeiros casos e grupos em Wuhan, para compreender realmente as ligações entre eles e determinar em que ponto, em Wuhan ou noutro sítio, é que a barreira de espécies entre animais e humanos foi violada».
Recorde-se que no inicio de Julho a OMS enviou uma equipa à China para investigar as origens da Covid-19, tendo concluído a sua missão preparatória esta segunda-feira, dia 3 de Agosto. «A equipa avançada da OMS que foi enviada à China acabou de concluir a missão que consistiu em lançar as bases para esforços conjuntos para identificar o vírus», anunciou o director-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O director-geral acrescentou que os «estudos epidemiológicos vão começar em Whuan (República Popular da China) para identificar a fonte potencial de infecção dos primeiros casos» detectados.
Por sua vez, Christian Lindmeier, porta-voz da OMS, disse que a investigação contou com «extensas discussões» e debates com cientistas em Wuhan, onde o surto foi detectado pela primeira vez.
«A equipa teve extensas discussões com colegas chineses e recebeu actualizações sobre estudos epidemiológicos, análises biológicas e genéticas e pesquisas em saúde animal», disse Christian Lindmeier aos jornalistas, acrescentando que a investigação incluía discussões em vídeo com virologistas e cientistas de Wuhan.