A China vai ser o primeiro país a lançar um projeto de chuva artificial em grande escala, recorrendo a um sistema de câmaras de combustão. O projeto visa levar a chuva a 1,6 milhões de quilómetros quadrados, que equivale três vezes o tamanho de Espanha.
De acordo com “South China Morning Post”, o governo irá utilizar a nova tecnologia militar de alteração do clima, desenvolvida pela China Aerospace Science and Technology Corporation. O país pretende construir milhares de câmaras de combustão no topo das montanhas situadas no Tibete. Essas câmaras queimam combustível sólido para produzir iodeto de prata, elemento necessário para criar as partículas necessárias para formar chuva.
Quando o vento atingir a montanha, será produzida uma corrente que irá deslocar as partículas para as nuvens, provocando chuva e neve. Uma única câmara consegue formar uma faixa de nuvens que se estende por cinco quilómetros.
A ideia não é nova – países como os Estados Unidos efetuaram testes similares em pequenas cidades – mas a China é o primeiro país a tentar a aplicação da tecnologia em larga escala.
“Mais de 500 câmaras foram instaladas em encostas alpinas, no Tibete, Xinjiang e outras áreas para uso experimental. Os dados que recolhemos mostram resultados promissores”, referiu um investigador ao SCMP. “Por vezes, a neve começa a cair depois de acendermos a câmara. É como estar num palco de um espétaculo mágico.”
De acordo com os investigadores, o sistema irá aumentar as chuvas na região até 10 mil milhões de metros cúbicos por ano, cerca de sete por cento do consumo total de água na China.
Tradicionalmente, o processo de “rainmaking” envolve o lançamento de produtos químicos para as nuvens, que aceleram o processo de crescimento dos cristais, que eventualmente se tornam chuva. Este processo é muito popular na China para limpar o ar, devido à elevada poluição.
Desde 2013, a China tem criado 55 toneladas de chuva artificial por ano.