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Brexit. Ministro britânico pede “solução pragmática” à UE

Jeremy Hunt alerta Bruxelas para o "enorme erro" de deixar o Reino Unido sair sem acordo

“Estamos muito preocupados porque, tal como as coisas estão, caminhamos para um não-acordo por acidente”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico. Jeremy Hunt tem-se desdobrado em esforços para convencer os seus parceiros europeus para os riscos de um Brexit sem acordo firmado. Ontem, parou em Viena, Áustria, onde se encontrou com a sua homóloga austríaca, Karin Kneissl. Antes já tinha estado em Paris e Berlim.

“Há um risco real de um divórcio complicado, o que seria um enorme erro geoestratégico”, alertou o ministro britânico na conferência de imprensa pós-encontro. “Não façamos deste um daqueles momentos da história da Europa apontados como um enorme erro e de que se fale 20 ou 30 anos depois, procuremos uma solução pragmática que nos permita uma amizade especial”, acrescentou.

A passagem por Viena não foi apenas mais uma no roteiro de Hunt. O país da Europa central tem a seu cargo a presidência rotativa da União Europeia, tendo margem de manobra para influenciar as negociações entre Londres e Bruxelas. Todavia, Viena descartou essa possibilidade, afirmando que as negociações são da competência exclusiva da Comissão Europeia, de Bruxelas, no que pode ser encarado como uma referência às declarações do seu homólogo alemão. Hunt fez o mesmo apelo em Paris e Berlim.

As declarações do ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, contrastam com as da ministra austríaca. Maas garantiu que a Alemanha “não quer um Brexit desorganizado”, mas um acordo, não descartando a necessidade de novas negociações para se avançar com soluções práticas na questão da fronteira irlandesa.

Ontem, fontes diplomáticas alemãs não se pouparam a esforços para desmentir as notícias que davam conta que Berlim estava a ponderar oferecer um acordo vago para o Brexit à primeira-ministra britânica, Theresa May. Outras notícias dão conta que o negociador principal de Bruxelas, Michel Barnier, está preparado para oferecer um acordo vago se tiver o apoio de Paris e Berlim. Essa possibilidade representa uma mudança no posicionamento do eixo franco-alemão, que tem rejeitado qualquer acordo sem medidas concretas.

Está a aumentar o receio entre os dois lados do Canal da Mancha de que o dia 29 de março, a data marcada para o Brexit se concretizar, chegue sem qualquer acordo. E tem sido uma das ideias que Hunt tem vincado nos encontros com os seus homólogos europeus: “o tempo é muito, muito curto”.

Origem
Jornal i
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