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Alemanha. Homicídio e violação de jovem põem em causa lei do asilo

Jornal i

Conservadores com grande influência pressionam Merkel a dificultar os recursos a pedidos de asilo falhados.

A violação e homicídio de uma jovem judia alemã de 14 anos em Wiesbaden, perto de uma residência de refugiados e supostamente às mãos de um requerente de asilo ao qual o país já havia recusado a estadia há dois anos, desencadeia por estes dias na Alemanha um debate em torno das leis de asilo no qual participam vozes importantes dos conservadores liderados por Angela Merkel.

O suspeito regressou ontem à Alemanha, extraditado pelas autoridades curdas iraquianas passadas somente horas da sua captura, na cidade de Zahko. O seu julgamento já decorre na imprensa e nas ruas, onde se repetem diariamente manifestações contra o acolhimento em massa de refugiados e a favor de uma política de deportação mais célere e menos aberta a recursos prolongados. “Se ele tivesse sido deportado a tempo, Susanna ainda estaria viva”, lia-se na edição de sexta do tablóide “Bild”

O homicídio de Susanna F. ocupa a atenção alemã por vários motivos. Primeiro, porque o suspeito é um iraquiano de 20 anos e se chama Ali Bashar, o que, num país no qual o maior partido da oposição ao governo é a formação nacionalista Alternative für Deutschland, é motivo suficiente para o escândalo.

Em segundo lugar, porque Bashar fugiu da Alemanha com a família e com documentos forjados num momento em que a polícia procurava ainda o corpo de Susanna e já depois de o jovem ter alegadamente confessado o crime a um amigo. E também porque Bashar era já conhecido das autoridades alemãs por maus-tratos a funcionários de asilo e esperava há dois anos o recurso a um asilo que já havia sido recusado.

As críticas à lei alemã de asilo partem de círculos influentes dos cristãos-democratas da CDU, o que sugere que Merkel pode mesmo ter de vir a facilitar – uma vez mais – as deportações de requerentes de asilo fracassados. Como Wolfgang Schäuble, por exemplo, o antigo ministro das Finanças e presidente do Bundestag, que no fim de semana declarou: “Temos de recusar em alguns aspetos da lei alemã se quisermos ter uma política europeia comum de asilo”.

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Jornal i
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