Um advogado holandês, que mentiu a agentes federais que investigam o antigo presidente da campanha eleitoral de Trump, Paul Manafort, foi sentenciado na terça-feira a 30 dias de prisão e a uma multa de 20 mil dólares.
Esta foi a primeira condenação resultante da investigação liderada pelo procurador especial Robert Mueller à eventual interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016.
A sentença de Alex van der Zwaan pode ser uma referência para o que outros acusados de mentir nesta investigação podem receber quando chegar a sua vez. Entre estes está um antigo conselheiro de Segurança Nacional e um ex-assessor de relações externas de Trump.
Van der Zwaan enfrentava entre zero a seis meses de prisão e os seus advogados pressionaram-no para que pagasse a multa e saísse do país.
Mas a juíza de distrito, Amy Berman Jackson, citando a necessidade de impedir outros de mentir numa investigação de importância internacional, defendeu a necessidade da incorporação.
“Isto não foi erro. Isto foi mentira. Isto foi mentira durante uma investigação federal”, afirmou Jackson a Van der Zwaan, em pé perante a juíza, salientando que “assinar um cheque e sair” porta fora do tribunal não assinalaria a seriedade do crime nem enviaria a mensagem correta.
O caso criminal contra Van der Zwaan não está diretamente relacionado com a interferência russa, o principal foco da investigação de Mueller. Mas revelou novos detalhes sobre o caso contra Manafort e abriu uma janela para a intersecção dos universos da lei internacional, assessoria nas relações internacionais e política.
O caso também permitiu revelar ligações entre os assessores da campanha eleitoral, incluindo Rick Gates, e a Federação Russa.
Na passada semana, o governo revelou que Van der Zwaan e Gates falaram durante a campanha eleitoral de 2016 com um homem que Gates tinha descrito como tendo ligações com os serviços de informações militares russos, GRU. Gates está agora a colaborar com Mueller.
Na terça-feira, durante uma audiência, que durou de 40 minutos, Van der Zwaan fez apenas uma breve declaração, dizendo a Jackson: “Meritíssima, o que fiz foi errado. Peço desculpa ao tribunal, peço desculpa à minha mulher”.
Van der Zwaan admitiu em fevereiro ter mentido a agentes federais sobre os seus contactos com Gates e a pessoas com ligações à espionagem russa.