Cientistas acreditavam que um sarcófago com mais de dois mil e quinhentos anos estava vazio. Mas 150 anos depois da descoberta foram surpreendidos quando abriram o túmulo e encontraram restos mortais de uma múmia
É uma história com mais de dois mil e quinhentos anos, mas só agora começa a ganhar contornos surpreendentes. Um sarcófago foi levado do Egito para a Austrália em 1890 e, na altura, não deram valor ao túmulo por se considerar que estava vazio. 150 anos após a descoberta, um grupo de cientistas australianos decidiu abrir por curiosidade o sarcófago e foram surpreendidos.
Os especialistas nunca se dedicaram à análise do túmulo, uma vez que se pensava que tinha sido apenas criado, mas nunca utilizado. Estavam enganados. O sarcófago, depositado durante estes anos todos num museu universitário, em Sydney, só foi aberto no ano passado.
A descoberta é agora tornada pública com os cientistas a confessarem o quanto ficaram surpreendidos ao abrirem o túmulo. “É verdadeiramente incrível o que vimos”, relata Jamie Fraser, arqueólogo responsável pelo projeto do Nicholson Museum, da Universidade de Sydney. “Nunca escavei uma tumba egípcia, mas isto é muito parecido”, afirma.
De quem são os restos mortais?
A equipa de cientistas estuda agora os restos mortais, parcialmente danificados, possivelmente por ladrões. Agora surgem várias perguntas por responder, como a identidade da múmia.
Apesar de apenas 10% do corpo estar conservado, já é possível ter algumas pistas.
Os hieróglifos encontrados no interior do sarcófago datam do ano 600 A.C e dizem respeito a uma mulher, chamada Mer-Neith-it-es, que os responsáveis acreditam ser uma alta sacerdotisa. “Sabemos pelos hieróglifos que Mer-Neith-it-es trabalhou no templo de Sekhmet, a deusa com cabeça de leoa”, revela Jamie Fraser, citado pelo US Today.
Uma descoberta marcante que pode dar algumas respostas sobre alguns mistérios por resolver do antigo egípcio. Através da análise aos restos mortais da múmia, pode ser possível saber a patologia, dieta, doenças, estilo de vida da pessoa, “como viveu e morreu”, resume o investigador.