Os restaurantes que vão estar presentes no Peixe em Lisboa, que arranca hoje no Pavilhão Carlos Lopes, onde fica até dia 15, apresentaram os pratos em que mais apostam para esta 11.ª edição do festival.
Na semana passada, no dia em que foram sorteados os lugares a ocupar por cada um dos restaurantes dentro do Pavilhão Carlos Lopes para a 11.ª edição do festival Peixe em Lisboa – que começa hoje e se prolonga até dia 15 – os vários chefs (com a excepção de Alexandre Silva, do Loco, que não pôde estar presente) apresentaram alguns dos pratos que vão servir. Fomos prová-los em primeira mão.
Casa do Bacalhau – O restaurante vencedor, no ano passado, do primeiro Concurso de Pataniscas (que terá este ano a segunda edição, dia 9) traz, evidentemente, um prato de bacalhau, confeccionado pelo chef João Bandeira. O bacalhau é cozinhado a baixa temperatura e é acompanhado por um puré de citrinos, no qual a cenoura foi cozinhada em sumo de laranja, e que leva ainda uma cebola roxa avinagrada, para dar um toque de acidez.
Ribamar – Helder Chagas (com a filha, Rita) e o seu Ribamar são presença constante desde a primeira edição do Peixe em Lisboa. Todos os anos, os fãs de marisco procuram o espaço do restaurante de Sesimbra para provar os mariscos fresquíssimos e, em especial, os ouriços-do-mar. Para mostrar algo de diferente, o prato que Helder trouxe para prova foi um polvo feito no forno, acompanhado por um puré de batata-doce e chips também de batata-doce. Para sobremesa, uma mousse de mascarpone com pudim de abóbora.
Ibo – O restaurante de influência moçambicana do Cais do Sodré apresenta-se no Peixe em Lisboa com um prato de garoupa com molho à Laurentina (adaptado), que, explica o chef João Pedrosa, leva “um dos super-alimentos de que se fala muito, a curcuma”. É servido com arroz branco polvilhado de cebola frita e ainda um chutney de banana e achar de manga, o primeiro a dar alguma doçura e o segundo a acidez. Para sobremesa trouxe um gelado de goiaba, mas promete ter também um surpreendente gelado negro que prevê que seja um sucesso.
Arola – Do hotel Penha Longa, em Sintra, vem o chef espanhol Sergi Arola, que traz uma “feijoada do mar”, com feijão, salmonete, robalo, camarão do Algarve, lulas e, por cima, um papadum polvilhado com pó de plâncton. No capítulo doce, Arola propõe uma “copa catalana“, com uma panacotta de biscoito, um sorbet de tangerina e espuma de crema catalana.
Taberna Fina – André Magalhães é uma presença habitual do Peixe em Lisboa, mas, até este ano, com a sua Taberna da Rua das Flores. Desta vez, André aproveita o festival para apresentar o seu novo restaurante lisboeta, a Taberna Fina. Para isso, traz consigo o chef residente Guilherme Spalk, que apresentou uma brandade de bacalhau com espuma de alho doce e crocante de queijo da Ilha, e, para finalizar, uma mousse de chocolate que, pela ligação ao tema do mar, leva uma espuma de salicórnia e alga spirulina.
Mariscador – Também Rodrigo Castelo, da Taberna Ó Balcão, em Santarém, apresenta-se este ano com o seu mais recente projecto – tão recente que inaugura precisamente ao mesmo tempo que o Peixe em Lisboa: o Mariscador, uma marisqueira localizada na Praça de Touros do Campo Pequeno. Apresenta um “expresso de caranguejo do rio” e promete que, entre os dez pratos que vai ter disponíveis no festival, haverá um caranguejo de casca mole servido “na pombinha”, o pão ribatejano que tem ajudado a promover, além de variados peixes e mariscos e uma sobremesa em que “nem tudo é limão”. É passar por lá para perceber porquê.
Kiko Martins – São já vários os restaurantes do chef Kiko em Lisboa – o Talho, a Cevicheria, o Asiático, o Watt, o Poké – e de todos eles vai trazer um prato (o Talho seria o mais difícil de encaixar no conceito do festival, mas Kiko optou por um prato de carne com algas). De resto, pode-se esperar ceviches, pokés e outras criações marcadas pela frescura do peixe cru ou pouco cozinhado. Como sobremesa, uma das propostas de Kiko é o brownie de chocolate com terra de cogumelos e ovas de maracujá.
Ritz Four Seasons – O restaurante Varanda do Hotel Ritz Four Seasons, cuja cozinha é chefiada por Pascal Meynard, apresenta no Peixe em Lisboa um “fregoto”, ou seja, uma espécie de risotto que, em vez de ser feito com arroz, tem como base a pasta fregola sarda, servida numa bisque de camarão, com choco marinado, tomate avinagrado (em balsâmico branco) e limão confit, e ainda um pouco de gengibre fresco para cortar a gordura. A sobremesa cruza o chocolate com os sabores cítricos e, tal como o prato, foi criada especialmente para o festival.
Kanazawa – Paulo Morais apresenta-se, impecavelmente vestido com rigor japonês, ao lado da sua chef pasteleira Miyuki, e traz os pratos mais bonitos de todo o festival. O primeiro é um chirashi, a tradicional taça de arroz sobre o qual são colocadas as fatias de sashimi. Neste caso, a taça é uma concha de ouriço-do-mar que leva, para além do arroz, barriga de atum, camarão da costa, ouriço-do-mar, ovas de truta, omolete japonesa, salicórnia, gengibre, wasabi e molho de soja. Quanto aos coloridos doces tradicionais (wagashi), à base de feijoca, feijão azuki e recheio de castanha, vão ser servidos com um shot de chá verde.