Marcelo “abre” festival de música de Salzburgo
Chefe de Estado português chega na quinta-feira a Salzburgo para uma visita oficial, a convite do presidente da Áustria, Alexander van der Bellen
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, é o convidado de honra da abertura oficial do festival de música de Salzburgo, na sexta-feira, numa visita que decorre durante a presidência austríaca da União Europeia.
O chefe de Estado português chega na quinta-feira a Salzburgo para uma visita oficial, a convite do presidente da Áustria, Alexander van der Bellen, com um programa concentrado na sexta-feira, quando participa no ato de abertura do festival de música, tem reuniões de trabalho e assiste à ópera “A Flauta Mágica”, de Mozart.
A reunião com o homólogo austríaco – um presidente de esquerda num país governado por uma coligação entre conservadores e a extrema-direita – é antecedida de um “breve encontro com os representantes permanentes da União Europeia em Bruxelas”, numa altura em que a Áustria assume a presidência rotativa do Conselho Europeu.
A mais de 300 quilómetros de distância da capital austríaca, Viena, a cidade de Salzburgo acolhe a 98.ª edição do festival de música, que contará com a voz da soprano portuguesa Ana Quintans no elenco de “A Coroação de Popeia”, de Monteverdi, em 12 de agosto.
Marcando o arranque do ciclo operático do festival, Marcelo Rebelo de Sousa assistirá a “A Flauta Mágica”, de Mozart, cujas récitas, que se estendem até ao termo do evento, se encontram esgotadas.
A última ópera de Mozart, compositor natural de Salzburgo, terá encenação da norte-americana Lydia Steier, com o barítono Matthias Goerne à frente do elenco e o maestro Constantinos Carydis na direção da Filarmónica de Viena.
Embora a récita seja pelas 19h00, o ato oficial de abertura do festival decorre pelas 11h00, com a participação de Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto convidado de honra, seguido de um almoço oferecido pelo governador e pelo presidente da Câmara de Salzburgo.
As reuniões de trabalho decorrem da parte da tarde, finalizadas com uma conferência de imprensa conjunta de Marcelo Rebelo de Sousa e Alexander van der Bellen.
O presidente austríaco, que tomou posse em janeiro de 2017, iniciou a sua carreira política no Partido Socialista, tendo depois sido presidente da força política “Alternativa Verde”, distante, assim, no espetro partidário, das forças que atualmente governam a Áustria.
O chanceler conservador Sebastian Kurz, do partido ÖVP, em coligação com o partido de extrema-direita FPÖ, defende uma estratégia dura contra a imigração, que deverá dominar a presidência europeia austríaca.
Kurz, de 31 anos, antigo chefe da diplomacia no auge da crise de refugiados, em 2015, reivindicando ter sido o responsável por travar as entradas na União Europeia pela rota dos Balcãs, recentemente congratulou-se com a “mudança de tendência” que, em sua opinião, representou o plano para endurecer as políticas de asilo na Europa que resultou da cimeira europeia dedica ao tema.
Situada na Europa Central, a Áustria tem 8,3 milhões de habitantes e faz fronteira com a Alemanha, República Checa, Eslováquia, Hungria, Eslovênia, Itália, Suíça e Liechtenstein.
A balança comercial de bens e serviços de Portugal com a Áustria é favorável a Portugal: com exportações no valor de 575 milhões de euros e importações de 421 milhões de euros, em 2017, num saldo de 154 milhões de euros, superior aos 110 milhões de 2016, de acordo com dados do Banco de Portugal citados pela AICEP, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.
Ao nível dos bens, Portugal exporta para a Áustria, sobretudo, veículos e outros materiais de transporte, que representaram 30% do total das exportações de bens em 2017, seguindo-se máquinas e outros aparelhos (22%), metais comuns (10%) e vestuário (10%), segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), citado pela AICEP.
Da Áustria chegam a Portugal essencialmente máquinas e aparelhos, que representam 31,7% das importações de bens, à frente dos químicos (11,7%), dos plásticos e borracha (9,9%), e metais comuns (9,6%), de acordo com a mesma fonte.