O vestido, as flores, o bolo e os convidados. A um mês do casamento entre o príncipe Harry e a norte-americana Meghan Markle reunimos todos os pormenores da boda “very british” do ano.
Estavámos no final de novembro quando a Clarence House fez o anúncio oficial que muitos aguardavam ansiosamente: Harry (33 anos), o filho mais novo de Carlos e Diana, e Meghan Markle (36) estavam noivos. O anúncio de casamento que teve direito a comunicado da Casa Real Britânica ditou o início do frenesim em torno do enlace… e a imprensa internacional (sobretudo a britânica) nunca mais foi a mesma. Depois de uma juventude marcada por episódios de rebeldia — que os jornais do Reino Unido devoraram até mais não –, Harry finalmente assentava. E, à semelhança do que fez o irmão do seu bisavô, que abdicou da coroa por amor, escolheu uma norte-americana divorciada com quem partilhar o resto da vida.
No próximo dia 19 de maio, todas as atenções vão estar centradas no casamento real do ano. O príncipe Harry sobe ao altar para jurar fidelidade e amor vitalícios à ex-atriz Meghan Markle, que trocou Toronto, no Canadá, onde estava a trabalhar na série “Suits”, por Londres. Foi até batizada numa cerimónia privada, de forma a honrar o papel que a rainha Isabel tem na Igreja Anglicana. A estas cedências junta-se mais uma: assim que Meghan disser “sim” a Harry, diz “não” à carreira de atriz, que será substituída por um trabalho orientado para causas humanitárias. Será o Arcebispo da Cantuária, Justin Welby, a casar Harry e Meghan.
Os rumores sobre o casal, que começou a namorar no verão de 2016, confirmaram-se quando em setembro desse ano Harry e Meghan foram fotografados pela primeira vez juntos em público, num torneio de ténis em Toronto. Quase dois anos depois, o casamento acontece na capela de Saint George, no castelo de Windsor, a mesma onde Harry foi batizado. Imediatamente após o casamento, marcado para as 12h, o casal vai participar num cortejo real que vai passar por algumas ruas na respetiva localidade e, para o final da tarde, está marcada uma receção para noivos, família e amigos mais próximos, que terá como anfitrião Carlos, o príncipe de Gales.
Harry e Meghan foram contra a tradição real ao escolher um sábado para se casarem. Até hoje, todos os casamentos reais aconteceram ao dia de semana — como aconteceu com William e Kate, num evento que dominou as atenções mundiais a uma sexta-feira, em abril de 2011 (já lá vão quase sete anos e dois filhos, George e Charlotte, de 4 e 2 anos, respetivamente). O muito aguardado casamento vai ser pago na totalidade pela família real — incluindo a igreja, a música, as flores e a receção dos noivos. Apenas a segurança contratada para o evento será paga com o dinheiro dos impostos.
A um mês do casamento, que deverá ser visto por milhões de pessoas, reunimos todos os detalhes que já se conhecem sobre a união do quinto na linha de sucessão ao trono britânico.
O vestido
Não é conhecido o designer do vestido de noiva de Meghan Markle, mas a Vanity Fair escreve que a ex-atriz que dentro de um mês será realeza vai usar dois vestidos — um mais tradicional, a pensar na cerimónia religiosa, e outro mais sofisticado e menos restritivo, para a celebração que se seguirá. Uma fonte contou à publicação que Meghan está ansiosa para surpreender tudo e todos, especialmente Harry, e que o vestido de noiva terá, ao que tudo indica, algumas rendas. Meghan estará a trabalhar com uma estilista em segredo. Alguns meios britânicos colocam a Burberry em cima da mesa — além de Markle ser fã da marca, agora aos comandos de Riccardo Tisci, a sua ex-diretora de comunicação é uma grande amiga da noiva.
Vale a pena recordar que há sensivelmente sete anos Kate Middleton subiu ao altar num vestido branco idealizado pela estilista Sarah Burton, diretora criativa da marca Alexander McQueen, para se casar com o príncipe William.
A julgar pelos dias que faltam para o casamento, o jornal The Telegraph escreve que o mais provável é Meghan Markle já ter escolhido o designer e o vestido de casamento. Ainda assim, a publicação traz à tona da água alguns nomes de designers, num jogo de probabilidades cheio de estilo. Na lista deste jornal britânico estão Ralph & Russo, Erdem, Misha Nonoo (que, curiosamente, é amiga do casal), Oscar de la Renta (marca escolhida por Amal Clooney), Jenny Packham (tida como uma aposta segura), Emilia Wickstead, AlexanderMcQueen, Roland Mouret (muito amigo do minimalismo), Carolina Hererra, Vera Wang e, claro está, a marca britânica Burberry.
Recorde-se ainda que Meghan Markle usou um vestido de 56 mil libras (65 mil euros) de uma casa de costura londrina conhecida pelos vestidos de noiva, Ralph and Russo, para as fotografias oficiais do noivado.
Os convidados
Naquele que provavelmente é o dia mais importante da sua vida, Harry tentou assegurar a presença da mãe ao convidar o clã Spencer para o casamento, que está há meses a ser planeado — Diana, a princesa do povo, morreu a 31 de agosto de 1997, quando o filho mais novo tinha apenas 13 anos. Da família da mãe vão marcar presença o tio de Harry, o Conde Spencer, e as duas tias, Lady Sarah McCorquodale e Lady Jane Fellowes, sem esquecer os primos deste lado da árvore genealógica. “Harry sempre manteve contacto com este lado da família e todos receberam convites para a cerimónia e para a festa marcada para depois”, disse uma fonte à Vanity Fair, publicação que anda particularmente atenta ao casamento real. Mas esta não é a única forma de lembrar Diana, até porque o anel de noivado que Harry deu à sua escolhida tem dois diamantes da falecida princesa.
O cuidado do príncipe não se estende, no entanto, aos líderes mundiais. Ao contrário do que sempre aconteceu nos casamentos da família real britânica — o de William e Kate incluído –, líderes políticos não foram convidados. Rompendo com a tradição real, o presidente dos Estados Unidos e a primeira-ministra britânica, bem como outros líderes do Reino Unido, não vão estar entre as 600 pessoas previstas para encher a Capela de St. George — as quais deverão ter uma relação direta com os noivos. Uma porta-voz do Palácio de Kensington disse à imprensa, citada pelo jornal The Guardian, que “foi decidido que uma lista oficial de líderes políticos, do Reino Unido e do resto do mundo, não fará parte do casamento de Harry com Meghan Markle. O governo da rainha Isabel II de Inglaterra foi consultado para esta decisão, tomada pela Casa Real”.
Nem Barack Obama, ex-presidente dos EUA e amigo da família, vai estar entre os 2.640 convidados — na lista da cerimónia constam apenas as tais 600 pessoas, mesmo que a capela onde o casamento se vai realizar tenha capacidade para mais 200. O mais natural, avança a imprensa britânica, é que Harry e a sua noiva se cruzem com a família Obama num futuro próximo, aquando de uma visita oficial ao lado de lá do Atlântico.
Todos os 600 convidados participarão numa receção à hora do almoço, mas apenas 200 estão convidados para uma receção privada ao final do dia, na Frogmore House, bastante perto do Castelo de Windsor, incluindo as Spice Girls, o icónico grupo dos anos 90, e o cantor EltonJohn. Quando questionada se a girl band ia estar presente no casamento, durante um programa norte-americano, Mel B abanou a cabeça afirmativamente e, mais tarde, confirmou que todos os elementos do grupo receberam convites. A artista gerou algum frenesim ao dar a entender que a antiga banda poderia, efetivamente, atuar no próximo dia 19 perante noivos e convidados.
O dress code dos convidados, segundo a BBC, exige que os homens levem “um fato de dia” e que as senhoras desfilem também num “vestido de dia com um chapéu”. É esperado que as mulheres levem vestidos pelos joelhos, muito à semelhança do que acontece no Royal Ascot.
No dia do casamento, mais à noite, Meghan Markle deverá voltar a quebrar a tradição real ao fazer um discurso.
Entretanto, o Palácio de Kensington já nomeou alguns membros do público escolhido para se juntar às multidões, no dia do casamento, na propriedade onde está inserido o Castelo de Windsor — ao todo, foram selecionadas 1.200 pessoas. Entre a lista de convidados do público está Amelia Thompson, de 12 anos, que no ano passado presenciou os ataques na arena de Manchester; Pamela Anomneze, que trabalha na instituição Studio 360, que ajuda pessoas com doenças mentais; e ainda Reuben Litherland, um jovem surdo de 14 anos que criou um clube de língua gestual na respetiva escola, em Derby. Harry e Meghan pediram explicitamente para que o público escolhido fosse de contextos sociais e idades diferentes, incluindo jovens que já tivessem mostrado boas capacidades de liderança e pessoas que ajudassem a respetiva comunidade.
Cerca de 20 ruas em Windsor vão ser encerradas em maio por causa do casamento real, relata a BBC. As estradas que vão dar ao centro da cidade vão ser fechadas ao trânsito no dia 18 e 19 de maio, sexta-feira e sábado, à medida que a cidade se prepara para receber cerca de 100 mil visitantes, motivo pelo qual também existirá um reforço ferroviário — estão previstos comboios extra e serviços mais frequentes no dia do casamento. Ao mesmo tempo que isso acontece, residentes de Windsor estão a listar as respetivas casas no Airbnb numa tentativa de lucrar com a chegada e estadia de turistas interessados no casamento real.
E como o casal real quer que o povo faça parte das celebrações, os pubse bares de Inglaterra e de Gales têm permissão para ficar abertos até mais tarde — segundo a BBC, poderão servir bebida até às 01h –, e o casamento vai ser transmitido na televisão.
As damas de honor
Apesar de estarem cada vez mais próximas, Kate Middleton, mulher do príncipe William, não será dama de honor de Meghan Markle. As futuras cunhadas não são as melhores amigas, motivo pelo qual Kate não irá desempenhar o muito importante papel, mesmo que as duas se apoiem mutuamente nos eventos oficiais em que comparecem juntas. A imprensa internacional assegura que as damas de honor vão ser “amigas muito próximas da noiva”, pessoas que Meghan conhece há vários anos.
Depois do casamento, a aproximação entre Kate e Meghan será uma possibilidade, já que as futuras cunhadas vão ser vizinhas no Palácio de Kensington. Vão poder ter a companhia uma da outra, tendo em conta que Meghan Markle nunca mais poderá andar sozinha nas ruas londrinas, tal como já acontece desde 2011 com Kate Middleton. Uma porta-voz real já veio dizer que, apesar de serem bastante diferentes e de terem interesses distintos, Meghan quer que Kate pertença ao seu círculo mais íntimo. “Meghan é bastante independente e confiante, pelo que vai estabelecer a sua própria rede de amigos aqui em Londres. Elas vão continuar a passar algum tempo juntas, mas penso que Meghan vai ter os seus próprios amigos e não vai dar assim tanta confiança a Kate.”
Jessica Mulroney é não só uma das possíveis damas de honor da noiva, mas também a “secreta” e “oficiosa” wedding planner de Meghan Markle, especula a imprensa internacional. Apesar de os noivos terem contratado duas empresas organizadoras de eventos a pensar no grande dia, a Vanity Fair escreve que Mulroney, estilista de profissão, está a desempenhar um papel essencial. “Ela é a melhor amiga de Meghan e a pessoa em quem ela confia para planear todos os detalhes”, disse uma fonte anónima àquela publicação. “É ela quem está a ajudar a Meghan a tomar as decisões importantes. Passam o dia ao telefone a discutir todos os elementos do casamento, do vestido às flores, canapés e fotografia. A Meghan é muito dependente da Jessica, que tem sido totalmente indispensável.
Segundo a Vanity Fair, a noiva de Harry confia plenamente na estilista, que terá tido a sua quota-parte no romance entre Meghan e Harry. “Ela e o marido sabiam da relação antes de qualquer outra pessoa e fazem parte do círculo íntimo de amigos do casal”, assegura a mesma fonte. “A Meghan adora o estilo de Jessica e confia nela e nos seus conhecimentos.”
Quanto aos meninos das alianças, ao tudo indica, serão os sobrinhos do noivo: o príncipe George e a princesa Charlotte, filhos de William e de Kate, que agora esperam o terceiro filho, previsto nascer no final de abril.
O bolo, as prendas e o fotógrafo
O bolo de casamento de Harry e Meghan Markle será da autoria da chefpasteleira Claire Ptak — apesar de ter nascido na Califórnia, Ptak é a proprietária da padaria londrina Violet Cakes. No final do mês de março, o Palácio de Kensington anunciou a escolha nas redes sociais, divulgando ainda o tipo de bolo que vai ser criado para celebrar a união real: um bolo de limão e flor de sabugueiro, que incorpore “os sabores luminosos da primavera”, tal como se lê na nota divulgada. O bolo será coberto com creme de manteiga e decorado com flores frescas. De referir ainda que o trabalho da chef pasteleira está focado no uso de ingredientes sazonais e orgânicos.
O casal pediu expressamente que, ao invés de prendas de casamento, fossem feitas doações a sete instituições de caridade focadas em diferentes assuntos — desde o ambiente ao VIH. Citado pelo The Guardian, um porta-voz do Palácio de Kensington assegurou que o casal não tem qualquer relação formal com estas instituições: “O casal escolheu instituições de caridade que representam uma diversidade de assuntos pelos quais são apaixonados”.
Para o grande dia — que certamente ficará na história –, Harry e Meghan Markle escolheram o fotógrafo Alexi Lubomirski, conhecido pelos editoriais de moda e também por fotografar várias celebridades — como Keira Knightley, Ewan McGregor, Lupita Nyong‘o, Jennifer Aniston, Gigi Hadid e Julia Roberts. Alexi não é um estranho para o casal, já que foi ele quem tirou as fotografias oficiais do noivado divulgadas em dezembro último. “Não podia ficar mais entusiasmado ou honrado por fotografar esta ocasião histórica”, disse, citado pela BBC. “Deixa-me muito feliz a possibilidade de testemunhar isto mais uma vez, o próximo capítulo desta maravilhosa história de amor.”
Rosas brancas, dedaleiras e peónias são as flores que vão rodear o casal no dia do casamento. Os arranjos ficarão a cargo da florista londrina Philippa Craddock.
As despedidas de solteiro
As despedidas de solteiro dos noivos são do maior secretismo que há. Ainda assim, a imprensa britânica escreve que Markle pediu ao grande amigo Markus Anderson, o homem que apresentou a ex-atriz ao príncipe britânico no verão de 2016, para ficar encarregue dos preparativos relacionados com a despedida de solteiro. Harry terá feito o mesmo pedido ao amigo Tom Inskip e ao irmão, William. Curiosamente, há cerca de duas semanas Inskip foi visto a sondar um hotel boutique no México, uma possível localização onde fazer a tão aguardada festa. Mas é pouco provável que Harry e os respetivos amigos estejam à procura de um destino tão longe de casa, aponta a Vanity Fair. “O Tom está encarregue de encontrar uma localização. Tem de ser um sítio onde eles não possam ser descobertos. Na semana passada, ele estava a sondar este sítio maravilhoso no México. Adorou-o. Talvez seja demais levar toda a gente para o México, mas é um dos locais na lista”, diz uma fonte não identificada àquela publicação.
Do outro lado da barricada, o amigo de Markle, Markus Anderson, estará a planear algo muito exclusivo, sem necessidade de ir para longe. “Markus conhece sítios maravilhosos. Aposto que vai organizar uma coisa simples e próxima de casa”, diz uma fonte à publicação já citada. Dito isto, há hipótese de a festa acontecer na Babington House, um hotel e clube privado no condado de Somerset, em Inglaterra.
O título real de Meghan Markle
Tecnicamente, mesmo casando com o príncipe Harry, Meghan Markle não será princesa — situação que já antes aconteceu com Kate Middleton. De acordo com as regras da monarquia britânica, o direito a usar esse título antes de um nome apenas se aplica aos que nascem na família real. Kate Middleton, à semelhança do que deverá acontecer com Meghan, apenas recebeu o título de duquesa após o casamento com William, em abril de 2011 — é tradição da família real britânica conceder títulos aos homens da realeza na manhã do casamento, sendo que é o monarca quem escolhe o título. No entanto, Kate é considerada princesa por casamento, pelo que detém o título “Sua Alteza Real, Princesa William”. Quando Carlos se tornar rei e William herdar o título de “Príncipe de Gales”, Kate será “Catherine, Princesa de Gales”. E quando for a vez de William ser rei, ela tornar-se-á “Rainha consorte”, explica a Forbes.
Após o casamento, a ex-atriz norte-americana terá o título “Sua Alteza Real, Princesa Henry de Gales”, que pertence a Harry (recordemos que o príncipe, quinto na linha de sucessão ao trono britânico, nasceu Henry Charles Albert David). Não sendo princesa, Markle poderá ser, aos 36 anos, “Duquesa de Sussex”, uma vez que a imprensa britânica tem especulado (e muito) que Harry vai receber, na sequência do casamento, o ducado de Sussex, vago desde 1843 — o que significa, na prática, uma “promoção”. Os futuros filhos do casal serão “lords” ou “ladies”, mas não príncipes ou princesas, a menos que a rainha intervenha — coisa que aconteceu aquando da primeira gravidez de Kate Middleton.
Os títulos dentro da família real foram limitados por Jorge V (avô da rainha Isabel), aquando da emissão de uma carta-patente em dezembro de 1917, na qual se lê que “os netos dos filhos de um soberano na linha masculina direta (à exceção do filho mais velho do primogénito do Príncipe de Gales) deverão ter e desfrutar em todas as ocasiões o estilo e título usado pelos filhos dos Duques dos Nossos Reinos”.
E a vida depois do casamento
Recentemente, o príncipe Harry foi nomeado pela rainha Isabel II, sua avó, embaixador da juventude da Commonwealth, cargo que a Reuters assegura ser o de maior importância na vida de Harry até à data. Meghan Markle, a futura esposa, também participará no desempenho das funções. O anúncio foi feito através de um comunicado divulgado pelo Palácio de Buckingham, onde se lê que mais de 60% dos 2.400 milhões de habitantes da Commonwealth têm menos de 30 anos. “O príncipe Harry vai trabalhar para criar laços entre jovens e líderes jovens da Commonwealth e encorajá-los a usar as plataformas da Commonwealth para enfrentar os desafios sociais, económicos e ambientais de sua geração”, lê-se ainda.
Aos 33 anos, Harry é o quinto na linha de sucessão ao trono e tem vindo a desempenhar um papel importante tendo em conta o rejuvenescer da imagem da monarquia.