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Finanças preocupam: “Quem vai comprar obrigações do Sporting?”

Diario Noticias

Fontes próximas da SAD leonina falam em “desastre reputacional” e temem “incumprimento ou pior” caso se confirmem rescisões

Quinze milhões de euros é quanto o Sporting vai tentar levantar nos próximos dias, no primeiro de uma série de empréstimos obrigacionistas aprovados na assembleia geral da SAD no mês passado. Que procura terá essa emissão é a questão que está a preocupar fontes próximas da SAD leonina, que temem que o “desastre reputacional” resultante dos acontecimentos de ontem à tarde – e que ainda podem levar à rescisão com justa causa de jogadores e treinador, somando ao prejuízo do clube – culminem num “incumprimento financeiro” ou “ainda pior”.

O levantamento deste valor junto do mercado é feito com o objetivo de cobrir obrigações resultantes da dívida do clube ao BCP e ao Novo Banco, cujo reembolso o Sporting conseguiu adiar em seis meses – o que, em rigor, já constitui um evento de default, apesar de haver acordo das instituições credoras para que os 30 milhões que vencem em maio só sejam pagos no final de novembro. Contactados, não foi possível obter reações de nenhum dos bancos credores da SAD sportinguista. A emissão obrigacionista comunicada no dia 11 à CMVM com a indicação de que terá associada uma taxa de juro de 6% e que poderá fazer-se seguir por outras até um total de 60 milhões, “mediante ofertas públicas de subscrição ordinárias”, deverá servir para financiar “atividade corrente, designadamente para cumprimento de serviço de dívida e tesouraria”.

O empréstimo é porém apenas parte do problema para a SAD – que negociou com os seus credores um perdão de 94 milhões, reduzindo-se de 135 para 40,5 milhões o montante em dívida ao BCP e ao Novo Banco, através de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC).

Fontes próximas da SAD admitem ao DN que as agressões em Alcochete levantam “questões gravíssimas do ponto de vista contratual” que, culminando em rescisões, “implicarão para o clube a perda do valor dos passes desses jogadores”. A que ainda poderão acrescer despesas contratuais. A confirmar-se esse cenário, o Sporting poderia ver-se numa “situação ainda mais grave do que o incumprimento” – a insolvência.

A hipótese de rescisões em massa está a preocupar a Holdimo, maior acionista da Sporting SAD (30%). Em comunicado enviado ao DN, a empresa de Álvaro Sobrinho faz um apelo aos jogadores para que “não confundam a árvore com a floresta”.

E se não houver intervenção do regulador também o valor das ações (a cotar nos 0,76 euros, somando uma capitalização bolsista de 29 milhões) pode afundar. A CMVM poderá, porém, decidir hoje suspender a negociação das ações da SAD.

Origem
DN
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