Benfica começou a sofrer mas agarrou bem os milhões da Champions
Seis jogos depois, os encarnados voltaram a vencer fora de casa na Europa. A goleada de 4-1 frente ao PAOK permite aos encarnados estar na fase de grupos da Champions.
O Benfica garantiu esta quarta-feira a presença na fase de grupos da Liga dos Campeões pela nona época consecutiva. A equipa de Rui Vitória foi à Grécia golear o PAOK Salonica por 4-1, respondendo assim da melhor forma ao empate 1-1 registado há uma semana no Estádio da Luz.
Com este desfecho, a SAD encarnada garantiu desde logo um encaixe de 42,95 milhões de euros pela presença na Champions e já sabe que ficará no segundo pote do sorteio que se realiza esta quinta-feira no Mónaco. O Benfica começou, no entanto, o jogo a perder, mas arrancou depois para a goleada, marcando quatro golos fora de casa, algo que não acontecia desde o histórico jogo em Leverkusen (4-4), em março de 1994, que garantiu então a presença nas meias-finais da Taça das Taças.
Não foi, no entanto, uma exibição perfeita do Benfica, sobretudo por causa dos primeiros 20 minutos em que o PAOK mandou no jogo e encurralou autenticamente os encarnados no seu meio-campo, impedindo-os de sair para o ataque. Logo a primeira jogada da partida foi sinal disso mesmo, com Seferovic – a surpresa no onze de Rui Vitória – a perder a bola e a originar um livre perigoso e um cartão amarelo para André Almeida, que derrubou Prijovic.
A sucessão de passes errados dos jogadores benfiquistas enervavam ainda mais a equipa e empurravam os gregos para a frente, empolgados pelos seus adeptos fanáticos. E o resultado dessa pressão asfixiante foi o golo do PAOK logo aos 13 minutos, numa falha coletiva da equipa de Rui Vitória, que permitiu que um livre bem trabalhado fizesse chegar a bola aos pés de Maurício que cruzou à vontade para Prijovic abrir o marcador. Instalava-se a loucura no Estádio Toumba, afinal o PAOK nunca tinha chegado a uma fase de grupos da Champions.
Jardel acalma o ambiente
O Benfica estava numa situação muito complicada na eliminatória, pois estava com muitas dificuldades em impor o seu jogo e, ainda por cima, os gregos estavam em vantagem no jogo e no play-off. Só que aos 20 minutos deu-se a viragem na partida, quando Jardel subiu mais que Varela e cabeceou forte para o empate, na sequência de um canto de Pizzi. Estava feito o empate que gelou o Toumba… afinal o Benfica estava ali para lutar pelo apuramento e, tal como Rui Vitória tinha dito na véspera, estava ali para marcar golos.
O empate no primeiro remate do Benfica à baliza de Paschalakis abalou os gregos, que sentiram o golpe, beneficiando os encarnados para começar a fazer o seu jogo de passes curtos, que lhe permitia jogar no meio-campo contrário. E não demorou muito para que chegasse o segundo golo, num erro infantil do guarda-redes Paschalakis que, na tentativa de evitar o canto, deixou a bola à disposição de Franco Cervi, derrubando-o em seguida. Salvio não tremeu e deu o golpe de misericórdia no PAOK.
A partir daquele momento, os gregos tinham de marcar dois golos para se apurarem. De repente, aquilo que parecia uma noite de glória tornou-se num pesadelo para o PAOK. Seferovic, que não era titular no Benfica desde o dia 29 de dezembro de 2017, avisou depois por duas vezes que as coisas não ficariam por aqui. E não ficaram…
Aos 39 minutos, surgiu o momento mais belo da noite: Grimaldo ganhou a bola ainda no seu meio-campo, foi progredindo no terreno e iniciou uma série de tabelas com Franco Cervi que deixaram os gregos baralhados; o argentino cruzou atrasado e rasteiro para Pizzi rematar com precisão para o 3-1. Um momento sublime de uma equipa que acabou por dar a estocada final no adversário.
Termina jejum de vitórias fora
O Benfica estava lançado para uma vitória fora de casa, algo que não acontecia desde outubro de 2016 quando a equipa de Rui Vitória foi vencer o Dínamo Kiev, à Ucrânia, por 2-0, para a fase de grupos da Liga dos Campeões.
Faltava ainda a segunda parte para confirmar o apuramento. E que melhor reinício de partida podia querer o Benfica? É que logo aos 49 minutos, Fernando Varela agarrou Jardel na sequência de um canto e o árbitro Felix Brych mandou marcar penálti. Salvio voltou a ser chamado a cobrar e não perdoou, fazendo o seu 11º golo pelos encarnados nas provas europeias.
A partir desse momento, o PAOK ainda se descontrolou mais. E se na primeira parte Benfica assumiu o controlo a partir do 1-1, jogando no meio-campo contrário e forçando o erro do adversário, no segundo tempo recuou um pouco mais no terreno, dando a iniciativa aos gregos. Uma tendência que se acentuou com a entrada de Alfa Semedo.
E a verdade é que tirando alguns cruzamentos, o PAOK mostrou pouca arte para entrar na área dos gregos e quando o fazia Vlachodimos mostrou qualidade com algumas intervenções importantes, uma delas perante Pelkas já nos instantes finais, quando a equipa da casa já jogava com 10 jogadores por expulsão de Léo Matos.
O Benfica segue assim para a fase de grupos da Liga dos Campeões, alcançando a terceira vitória em três visitas ao Estádio Toumba e terminando com uma série de seis jogos europeus consecutivos sem vencer fora de casa.
A figura: Franco Cervi
O extremo argentino fez uma exibição de encher o olho. Começou por arrancar o penálti que deu origem ao 2-1 e construiu com Grimaldo a jogada fantástica do terceiro golo, culminada com um cruzamento bem medido para Pizzi marcar. Mas não foi só isso. Foi precioso na recuperação da bola, destacando-se bastante nas ações defensivas. E na altura em que era preciso segurar a vantagem gorda usou da sua matreirice para ganhar uma série de faltas que enervaram ainda mais os jogadores do PAOK.
FICHA DO JOGO
Estádio Toumba, em Salónica (26 725 espectadores)
Árbitro: Felix Brych (Alemanha)
PAOK – Paschalakis; Léo Matos, Fernando Varela, Crespo, Vieirinha; Cañas (Shakhov, 63′), Maurício; Limnios (Warda, 46′), Pelkas, El Kaddouri (Akpom, 76′); Prijovic
Benfica – Vlachodimos; André Almeida, Rúben Dias, Jardel, Grimaldo; Fejsa, Gedson Fernandes, Pizzi (Zivkovic, 76′); Salvio (Alfa Semedo, 63′), Seferovic (João Félix, 85′), Franco Cervi
Cartões amarelos a cartão amarelo para André Almeida (1′), Léo Matos (8′ e 76′), Maurício (33′), Jardel (34′), Fernando Varela (49′), Pelkas (75′) e Skakhov (84′). Cartão vermelho a Léo Matos (76′).
Golos: 1-0, Prijovic (13′); 1-1, Jardel (20′); 1-2, Salvio (26′ gp e 49′ gp); 1-3, Pizzi (39′); 1-4, Salvio (49′ gp)