CGD. Maior parte dos grandes devedores do banco público já faliu
A maioria dos principais devedores da Caixa Geral de Depósitos faliu. Paulo Macedo garante que vai tentar recuperar o que ainda for possível mas a conclusão destes casos é ainda uma incógnita.
O relatório preliminar da Ernst and Young (EY) sobre a auditoria à Caixa Geral de Depósitos (CGD) já tinha dado as primeiras pistas de que este dinheiro seria dificilmente recuperável. Dos 200 grandes devedores foram identificados os 25 maiores. Entre 2000 e 2015, o banco público concedeu um total de 2,13 mil milhões de euros em créditos a este lote do topo da lista. Estes empréstimos geraram perdas de 1,31 mil milhões de euros.
Um valor que será impossível de recuperar na íntegra, já que, noticia o Jornal de Negócios na sua edição em papel desta quinta-feira (link disponível apenas para assinantes da edição online), a maioria destes grandes devedores já faliu ou está em processo de insolvência.
O diário averiguou o ponto da situação em que se encontram os principais devedores e confirmou que além das falências, há ainda empresas que estão à espera de insolvência ou do Processo Especial de Revitalização (PER). Outras tentam ganhar novo fôlego depois de terem atravessado momentos de maior dificuldade financeira – como é o caso do famoso grupo Lena, que mudou de nome para grupo NOV, que negoceia a reestruturação com os bancos para poder voltar ao mercado da construção.
Muitos dos grandes devedores acabaram por dar um prejuízo do total da exposição. A Investifino, da Manuel Fino SGPS, é um desses exemplos. Outros tantos registaram imparidades superiores a 50% da exposição. Ou seja, a recuperação total destas perdas é impossível. No entanto, há ainda a possibilidade de, em alguns casos, tentar reaver parte desses prejuízos. O administrador da CGD, Paulo Macedo, já garantiu que tudo fará para recuperar para o banco público parte dessas perdas. O resultado final desse esforço é impossível de antecipar.
Este relatório da auditoria da EY à Caixa Geral de Depósitos já foi entregue no Parlamento, que pediu uma nova comissão de inquérito ao banco. De resto, os deputados vão debater precisamente esta quinta-feira a sua constituição.