Trump admite intervenção militar na Venezuela. Maduro diz que EUA querem uma repetição da guerra do Vietname
A administração norte-americana está a aumentar a pressão sobre Nicolás Maduro. O presidente venezuelano rejeita o ultimato dos países europeus para que sejam convocadas eleições antecipadas.
O presidente norte-americano admite que os Estados Unidos poderão intervir militarmente na Venezuela. Em resposta, Nicolás Maduro considera que os Estados Unidos querem uma repetição da guerra do Vietname.
“É uma opção”, disse Donald Trump em entrevista ao canal televisivo CBS, quando questionado sobre se pretendia intervir militarmente no país sul-americano.
O presidente norte-americano revelou que rejeitou uma reunião com Nicolás Maduro, há vários meses. “Eu recusei porque já estamos muito avançados no processo. E penso que o processo está a funcionar bem, temos tido grandes protestos”.
A administração norte-americana está assim a aumentar a pressão sobre a Venezuela, depois de impôr sanções na passada semana à petrolífera estatal venezuelana (PDVSA), uma empresa essencial para angariar receitas para o país através da venda de petróleo ao exterior.
Por seu turno, Nicolás Maduro considera que os Estados Unidos querem uma repetição da guerra do Vietname na América do Sul. “Para Trump! Estás a cometer erros que vão deixar as tuas mãos cobertas de sangue. Porque é que queres uma repetição do Vietname?”, disse o presidente venezuelano numa entrevista com o jornalista espanhol Jordi Évole.
Maduro também rejeitou os apelos de vários países europeus para que sejam realizadas novas eleições. “Não aceitamos ultimatos de ninguém. Eu recuso convocar eleições agora. Vão haver eleições em 2024. Não queremos saber o que diz a Europa”.
Países como os Estados Unidos, Canadá, Brasil, entre outros, já reconheceram Juan Guaidó como o legítimo presidente do país. Mas Nicolás Maduro continua a ser reconhecido por países como a China, Rússia ou Turquia.
Seis países da União Europeia, incluindo Portugal, deverão hoje reconhecer Juan Guaidó como o presidente interino da Venezuela, depois de terminado o prazo dado a Nicolás Maduro para convocar eleições presidenciais.