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Mensagens de WhatsApp ​​​​​podem explicar morte de Khashoggi

Em mais de 400 mensagens de WhatsApp trocadas entre Jamal Khashoggi e um ativista saudita exilado no Canadá, o jornalista assassinado em outubro atacava o caráter "opressor" do príncipe Mohammad bin Salman. O parceiro de lutas, Omar Abdulaziz, acredita que as autoridades da Arábia Saudita tiveram acesso às conversas e que a resistência levou ao homicídio de Khashoggi.

A correspondência entre Khashoggi e Omar Abdulaziz, à qual a CNN teve acesso exclusivo, e que inclui gravações de voz, fotografias e vídeos, pinta o retrato de um homem profundamente perturbado por aquilo que considerava ser a petulância do poderoso jovem príncipe do reino saudita, Mohammad bin Salman, regularmente referido nas conversas como “MBS”.

Para o jornalista, Mohammad bin Salman era uma “besta”, um “pac-man” capaz de comer tudo o que encontrasse pelo caminho, incluindo apoiantes. “Quanto mais vítimas come, mais vítimas quer comer”, escreveu Khashoggi, numa mensagem enviada em maio, imediatamente depois de um grupo de ativistas sauditas ter sido pressionado pelas autoridades. “Não ficarei surpreendido se a opressão atingir até aqueles que estão do seu lado”.

A dupla, revelam as mensagens, passou de descontentamento manifestado em palavras para a ação. Khashoggi e Abdulaziz começaram a planear um movimento juvenil online que visava responsabilizar o Estado saudita. “(Jamal) acreditava que a Mohammad bin Salman é o problema, e que é um problema que deveria ser parado”, disse Abdulaziz em entrevista à CNN.

Em agosto, uma sensação de mau presságio abalou Khashoggi, que acreditava que as conversas de WhatsApp pudessem estar a ser intercetadas pelas autoridades sauditas. “Deus nos ajude”, escreveu, ao notar o cerco a apertar. Dois meses depois, foi morto na embaixada da Arábia Saudita em Istambul, Turquia.

Abdulaziz intentou uma ação contra a empresa israelita que inventou o software que o mesmo acredita ter sido usado para hackear o seu telefone. “A invasão do meu telemóvel desempenhou um papel importante no que aconteceu com o Jamal, lamento muito dizer”, disse Abdelaziz à CNN. “A culpa está a matar-me.”

Origem
JN
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