Parlamento Europeu quer proibir produtos de plástico de utilização única
Ambientalistas aplaudem medida, mas associação do setor diz que iniciativa pode pôr em risco segurança alimentar e dos consumidores.
A proibição da venda de produtos de plástico de utilização única a partir de 2021 está longe de ser pacífica. Enquanto os ambientalistas aplaudem a medida por considerarem que protege a saúde humana e o ambiente, a Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP) diz que a iniciativa “é impulsiva” e pode pôr em risco a segurança alimentar e dos consumidores.
Em causa está a aprovação da proposta do Parlamento Europeu que prevê a proibição da venda de pratos, talheres, cotonetes, palhinhas, agitadores para bebidas e varas para balões, ente outros produtos. Mas segundo a APIP, a utilização de produtos plásticos descartáveis restringe-se a um nicho de mercado muito específico, numa função prática e essencialmente de “segurança, higiene e saúde pública”, pelo que proibi-la pode por em risco a “saúde pública”.
A APIP avisa ainda que há situações em que muito dificilmente se consegue substituir a loiça descartável, como em hospitais ou lares, por questões de segurança sanitária, ou prisões, por questões segurança das pessoas, ou ainda aviões ou locais de restauração rápida ou de grande aglomerado de pessoas.
Já a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) garante que as medidas vão ser analisadas, mas lembra a iniciativa que foi lançada maio ““Menos Plástico, Mais Ambiente”, para sensibilizar restauração e população para a importância de minimizar impactos ambientais na utilização de plástico descartável.
Apesar de aplaudirem a iniciativa, as associações ambientalistas acusam o governo português de ter sido menos ambicioso. “A Europa põe um ponto final nos plásticos descartáveis e leva mais longe as medidas aprovadas recentemente pelo governo português”, disse a Quercus, salientando que a Europa enfrentou o problema da poluição provocada pelo plástico descartável “de forma ainda mais determinada” do que Portugal. Uma opinião partilhada também pela Zero, outra organização ambientalista.