“Governo desvalorizou toda e qualquer negociação” afirma Mário Nogueira
Segundo o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores no primeiro dia a greve atingiu 75% dos professores
A greve de professores que começou esta segunda-feira e vai culminar com uma manifestação, na sexta-feira, em frente à Assembleia da República está com números “muito semelhantes aos registados em março passado”, disse Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores avançando que 75% dos professores estão em greve.
Para Mário Nogueira “o que se passou na sexta-feira foi absolutamente repugnante”, considerando que o “governo desvalorizou toda e qualquer negociação e toda e qualquer linha de diálogo”. “O governo negou até declarações do primeiro-ministro, daí eu ter dito que quem manda já não é ele”, acrescentou ainda o sindicalista.
“Toda a gente já percebeu que a estratégia do Governo é muito simples: recuperar zero! Criar condições para, logo após as eleições, ainda naquele período de estado de graça, poder liquidar o estatuto da carreira dos professores”, criticou Mário Nogueira.
Segundo o sindicalista esta afirmação, que proferiu também durante a reunião que teve na sexta-feira com a secretária de Estado, não foi negada nem contrariada pela governante. “O objetivo estratégico do Governo é acabar com a carreira dos professores e pôr toda a gente no regime geral da Função Pública”.
A greve dos professores que começou esta segunda-feira e se estende até quinta, foi convocada por 10 sindicatos. O protesto divide-se por zonas do país, tendo a primeira região afetada sido Lisboa, Setúbal e Santarém. Na terça os professores de Portalegre, Évora, Beja e Faro fazem o seu protesto, seguidos de Coimbra, Aveiro, Leiria, Viseu, Guarda e Castelo Branco na quarta-feira e Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança na quinta. Sexta-feira, dia 5 de Outubro, está marcada uma manifestação nacional à frente da Assembleia da República.
Em causa está a exigência da contagem do tempo de serviço para a progressão de carreira, ou seja os nove anos, quatro meses e dois dias de trabalho. A greve foi convocada no dia em que Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, esteve no parlamento, a pedido do PCP, para debater o arranque do novo ano letivo.