Sociedade

Castelo de Vide numa “roda viva” a partir desta quarta-feira com Festival Andanças

Concertos, bailes, oficinas, performance e teatro são atrações do 23.º Festival Andanças, que arranca em Castelo de Vide (Portalegre), com um programa recheado de dança e de música até domingo.

Concertos, bailes, oficinas, performance e teatro são atrações do 23.º Festival Andanças, que arranca esta quarta-feira em Castelo de Vide (Portalegre), com um programa recheado de dança e de música até domingo.

Promovido pela PédeXumbo – Associação para a Promoção da Música e Dança, o certame tem lugar nas imediações da sede de concelho alentejana, num recinto junto do Forte de São Roque, tal como aconteceu na edição do ano passado. Antes, o festival decorria nas margens da albufeira de Póvoa e Meadas, também no concelho de Castelo de Vide, mas a mudança de recinto aconteceu após o incêndio verificado na edição de 2016, que destruiu mais de 400 automóveis que se encontravam num parque de estacionamento.

Marta Guerreiro, a responsável pela coordenação artística e gestão de projetos da PédeXumbo, afiançou à agência Lusa que “é impossível” colocar “para trás das costas” o fogo ocorrido há dois anos, mas disse esperar que esta 23.ª edição tenha “uma grande energia”.

“Roda Vida” é o tema do programa deste ano do certame, cujo programa se divide entre oito palcos, durante cinco dias de dança, música, partilha e festa, em que a organização espera a afluência de cerca de 20 mil pessoas. Concertos, oficinas de dança, bailes, atividades para crianças e famílias, performance e teatro, desenvolvimento pessoal, animação de rua, oficinas de instrumentos e passeios são os principais “ingredientes” do Andanças. O convite da organização é para “dançar o mundo”, com oficinas e bailes que prometem fazer “viajar” os participantes “ao ritmo dos passos e compassos” de danças do mundo e de Portugal.

Em representação do território nacional, estão “os viras minhotos até às chamarritas dos Açores, passando por danças do Alentejo, como as valsas mandadas, ou os fandangos da Estremadura”, resumiu a responsável da organização. Além-fronteiras, a “viagem” abrange danças da Europa, num “itinerário” por Espanha, Bélgica, Itália, França, Roménia ou Bulgária, mas também ritmos de África (kizomba, semba e funaná), América Latina (forro, samba, salsa, tango), América do Norte (swing, lindy-hop e balb), Médio Oriente ou Índia (bollywwod).

Oficinas de danças da Antiguidade Clássica Grega e de Danças Circulares Sagradas são outras das propostas da programação, em que o público “deixa a postura de espetador e participa, aprendendo”, referiu a organização.

A “roda viva” provocada pelo Andanças estende-se também à própria vila de Castelo de Vide, para onde estão agendadas várias atividades, como ateliês e oficinas, para promover a interação com a comunidade local.

O incêndio de 2016, no dia 3 de agosto, surgiu num dos parques de estacionamento e, em menos de três horas, atingiu total ou parcialmente 458 viaturas. Em fevereiro de 2017, o Ministério Público (MP) arquivou o inquérito instaurado ao caso, por não ter conseguido apurar as circunstâncias concretas em que o fogo ocorreu, mas, já este mês, o advogado de parte dos lesados interpôs uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco para exigir uma indemnização de 831 mil euros. Em declarações à Lusa, a PédeXumbo, a câmara e a seguradora do grupo Crédito Agrícola, visadas nesta ação judicial, manifestaram-se “serenas” quanto ao desenrolar do processo.

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Observador
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