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Centro de Informação Geoespacial do Exército. O melhor sítio para ver estrelas

O observatório astronómico do Centro de Informação Geoespacial do Exército é o único da região de Lisboa que se encontra aberto ao público. Até setembro, todas as sextas, às 21h30, é possível olhar o céu através do telescópio

A “Lua Vermelha” já foi, mas o céu continua cheio de pontos de interesse e, para os curiosos, há um ponto de observação em Lisboa que merece uma visita: o observatório astronómico do Centro de Informação Geoespacial do Exército (CIGeoE). Todas as sextas feiras, às 21h30, o centro – que fica ao lado do Laboratório Militar, em Lisboa – abre as portas para que os simpatizantes da astronomia possam olhar o céu através do seu telescópio, o que faz com que este seja o único observatório da região de Lisboa que se encontra aberto ao público.

As visitas, sempre acompanhadas por professores ou especialistas nestas matérias, acontecem no âmbito do Programa Ciência Viva (Pavilhão do Conhecimento – Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) – uma colaboração que caminha para os 20 anos.

Não basta, contudo, aparecer. “As pessoas têm de se inscrever previamente, até porque temos uma lotação de cerca de 35/40 inscritos por sessão, para conseguirmos assegurar que damos atenção a todos os participantes”, explicou ao i o diretor do CIGeoE, o coronel Hélder Perdigão. “Temos sessões para adultos e também para crianças e, até agora, todas têm esgotado”, revela, explicando que, desde o início desta iniciativa, o CIGeoE já recebeu mais de uma centena de jovens. A inscrição para as visitas, que decorrem até ao início de setembro, devem ser efetuadas através do site da Ciência Viva (http://www.cienciaviva.pt/veraocv/2018/).

20 anos O observatório astronómico fica, como seria de esperar, no topo do edifício. Primeiro há que passar por um terraço – que tem uma vista deslumbrante sobre o Tejo – e subir ainda até à cobertura. E é aí que, dentro de uma cúpula específica, está colocado o telescópio (os grandes entusiastas talvez apreciem saber que se trata de um modelo C14 Schmidt–Cassegrain da marca Celestron, de 35,6 cm de diâmetro e uma distância focal de 391,2 cm, instalado numa montagem equatorial Astrophysics 1200).

Inaugurado em 1999, o observatório astronómico do centro tem ainda sido palco de outros projetos, como é o caso do PRO-AM (PROfissionais-AMadores), ou seja, de trabalhos com qualidade profissional mas desempenhados por amadores durante os seus tempos livres. Além disso, também é usado para fins científicos, destacando-se nesta vertente a “deteção de planetas extrassolares” e a “deteção de estrelas variáveis”. Quase a completar duas décadas, o observatório também já foi usado por organismos internacionais, como é o caso da Academia de Ciências da República Checa que, em 2009, usou este observatório para monitorizar um “sistema binário de estrelas pertencentes à constelação das Plêiades”, lê-se num artigo publicado por José Ribeiro. Durante essa monitorização, a equipa da República Checa obteve “alguns espetros estrelares que integraram artigos científicos publicados em revistas internacionais da especialidade”.

Origem
Jornal i
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