Cadáveres cobertos há décadas em glaciares suíços vêm à tona devido ao calor
Aquecimento global
Um guia de montanha encontrou, no passado dia 14 de julho, nos Alpes Suíços, o corpo de um alpinista, identificado depois como sendo de um cidadão japonês de 67 anos.
Apesar se ser um caso insólito, trata-se de uma descoberta cada vez mais comum naquela zona, diz o jornal espanhol “El País”. O degelo de alguns dos mais importantes glaciares na Suíça trouxe à luz vários corpos. Trata-se de uma zona onde, desde 1926, 280 pessoas desapareceram sem deixar rasto, referiu, ao jornal espanhol, um porta-voz da polícia do cantão de Valais.
Há pouco mais de um ano, um funcionário da empresa Glacier 3000 encontrou, em perfeito estado de conservação, os corpos de Marcelin e Francine Dumoulin, que desapareceram daquela zona em 1942. “Passamos toda a vida a procurar por eles, sem nunca parar”, disse na altura, ao jornal “Le Matin”, Marceline Udry-Dumoulin, a filha mais nova do casal.
Foi no glaciar Aletsch, também no cantão de Valais, que, em 2012, foram encontrados os corpos dos irmãos Johann, Cletus e Fidelis Ebener, desaparecidos desde 1926, quando partiram para um expedição naquela zona. Dois alpinistas de origem britânica que percorriam a área durante o verão encontraram os restos humanos, botas e equipamentos de montanha.
Desde que há registos, em 1880, os glaciares suíços começaram a encolher. Segundo a GLAMOS, uma rede formada por várias universidades suíças e financiada pelo Ministério do Meio Ambiente daquele país, o glaciar de Tsanfleuron perdeu quase dois quilómetros desde 1984 e o galciar Morteratsch 2804 metros desde 1978. Em 2017, apenas um glaciar manteve o tamanho, enquanto 80 diminuíram de tamanho. Vários especialistas têm alertado para os efeitos nefastos provocados pelo aquecimento global.