Em causa está o pedido de demissão de vários clínicos com funções de chefia por considerarem que as condições da urgência estão sem níveis aceitáveis de segurança.
Para Miguel Guimarães, esta situação “espelha o que está a acontecer no país todo”, com profissionais a trabalhar no limite e prevê mais demissões noutros hospitais.
O bastonário está preocupado nomeadamente com os relatos de internos (médicos em formação) a fazer urgência sozinhos, sem apoio direto de médicos especialistas.
Também o presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, Alexandre Valentim Lourenço, manifesta “grande preocupação” com o que está a acontecer no Centro Hospitalar de Lisboa Central. O responsável lembra que o hospital de S. José é uma unidade “final de referência”, que recebe doentes de vários pontos do país e de outras unidades.
Recorde-se que, no pedido de demissão, os profissionais apontam para a consecutiva degradação da assistência médica prestada no serviço de urgência do Hospital São José, considerando que se chegou a uma “situação de emergência” que impõe “um plano de catástrofe”.
A administração do CHLC, que integra o São José, já veio reconhecer “o essencial das queixas” e dos problemas levantados pelos chefes de equipa que apresentaram a sua demissão, garantindo que está a tentar encontrar soluções.