Lisboa, com chuva e 17 graus de máxima, é hoje uma das capitais europeias com a temperatura mais baixa. Condições climatéricas só devem mudar na terça-feira
Chuva, instabilidade e temperaturas máximas entre três e sete graus abaixo da média para a época. A duas semanas do início do verão, Portugal vive uma situação meteorológica atípica para esta altura do ano, sobretudo pela persistência que a tem caracterizado. Há já vários dias que Lisboa é uma das capitais europeias que apresenta as temperaturas mais baixas e, de acordo com o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), “estas condições vão manter-se pelo menos até à próxima terça-feira”, como confirmou ao DN a meteorologista Paula Leitão.
“Esta situação de céu geralmente muito nublado, com períodos de chuva, sobretudo no norte e centro do país, vai manter-se até terça-feira, quando se prevê que a situação mude, com o anticiclone dos Açores já a estender-se até à Península Ibérica, e com dias de céu limpo e vento a soprar de norte, em vez de oeste”, explica a meteorologista do IPMA,
Muito distante das temperaturas de verão que nesta altura se vivem noutras cidades europeias, como Paris (26 graus Célsius) Roma (30), Berlim (27), Viena (26), Londres (24) e até as escandinavas Oslo e Estocolmo, ambas bafejadas por uns amenos 26 graus, Lisboa não ultrapassou hoje uns muito pouco primaveris 17 graus Célsius. Mas não é só de agora: a situação já vem de trás.
Primavera “fria e extremamente chuvosa”
Nas contas já feitas pelo IPMA, esta primavera tem sido “fria e extremamente chuvosa” no território do continente. Para o chuvoso contribuiu sobretudo abril, que, com um valor médio de 121,2 milímetros (mm) representou 150% do valor normal para aquele mês, tornando-o o 4º abril mais chuvoso desde 2000. E o 14º desde 1931.
Em relação às temperaturas houve variações significativas, tanto em maio como em abril, com períodos em ambos meses, em que as temperaturas foram inferiores à média para a época, fazendo desta uma primavera fria e muito chuvosa.
A “culpa” de toda esta instabilidade, e sobretudo destas condições de chuva e frio nestes últimos dias cabe a uma situação depressionária (de baixas pressões) sobre a Europa, com um anticiclone dos Açores enfraquecido, que tem deixado passar para o território do continente as massas de ar húmido que vêm do Atlântico, à boleia de um vento soprando de quadrante oeste.
Tanto quanto dizem os modelos, a situação vai manter-se assim até terça-feira. Depois, tudo indica, chega finalmente o bom tempo – ainda a tempo do verão.