A “doença do beijo”, como é conhecida, além de ser uma infeção que tem vários sintomas, pode também trazer outros problemas graves para a saúde.
De acordo com o estudo publicado recentemente na revista Nature, o vírus causado pela mononucleose consegue ligar-se a várias partes do genoma humano, tornando a pessoa mais frágil e vulnerável a certas doenças.
A mononucleose é uma infeção causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), e é transmitida através da saliva. O vírus provoca infeções ao nivel da garganta, provoca febres altas, placas esbranquiçadas na garganta e ínguas (processo inflamatório) no pescoço.
A doença do beijo não tem qualquer tratamento específico, podendo apenas ser curada com muito repouso, ingestão de líquidos e uso de remédios de forma a aliviar os sintomas da infeção. Desta forma, a doença desaparece cerca de duas ou três semanas depois, mas o vírus pode ficar no organismo para sempre.
Os cientistas responsáveis pelo estudo relacionaram então o vírus EBV com outras doenças raras, como a esclerose múltipla, artrite reumatoide e artrite idiopática juvenil, doença inflamatória intestinal, doença celíaca e diabetes tipo 1.
Com o estudo, os cientistas concluíram que os componentes produzidos da doença do beijo interagem diretamente com o ADN humano, aumentado assim o risco genético da mononucleose.
“Esta descoberta é importante o suficiente para estimular muitos outros cientistas em todo o mundo a reconsiderarem este vírus nesses distúrbios. Como consequência, e supondo que outros possam replicar as nossas descobertas, isso pode levar a terapias, formas de prevenir e antecipar doenças”, disse John Harley, um dos autores do estudo, em declarações ao Science Daily.