O Presidente francês garantiu ter provas de ter havido um ataque químico contra civis em Douma. Macron diz que está em contacto com Trump: “Temos decisões a tomar”. Mas também fala com Putin.
Emmanuel Macron disse numa entrevista esta quinta-feira de manhã que a França tem “provas” de que o regime de Bashar al-Assad utilizou armas químicas num ataque contra civis a 7 de abril, na cidade de Douma, na região de Ghouta Oriental. As declarações de Emmanuel Macron surgem numa altura em que, a par com os EUA, França considera atacar militarmente a Síria.
“Não se pode permitir tudo nas diferentes guerras que estão a decorrer. Nós temos provas de que, na semana passada, foram utilizadas armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad. Falámos com Donald Trump sobre uma resposta. Temos decisões a tomar em tempo útil”, referiu Emmanuel Macron, em declarações à TF1.
Depois dos atentados de 13 de novembro de 2013 em Paris, França, então liderada por François Hollande, passou a dirigir bombardeamentos aéreos na Síria contra o Estado Islâmico. Agora, acrescenta o Presidente eleito em 2017, parece não descartar a possibilidade de estes ataques serem alargados a Bashar al-Assad.
À semelhança do que Barack Obama determinou em 2013 e que Donald Trump parece seguir até agora, também Emmanuel Macron defendeu que a utilização de armas químicas “seja por quem for” é uma “linha vermelha” que mereceria uma “resposta imediata” de Paris.
No entanto, na entrevista que deu esta manhã à TF1, Emmanuel Macron sublinhou que não quer uma “escalada” da tensão militar com a Síria e com a Rússia, referindo até que está em contacto com o Presidente russo. Porém, acrescentou que não pode ser dado um livre-trânsito ao regime de Bashar al-Assad.
“Tenho falado com Putin ao telefone várias vezes, nós falamos com regularidade. O mundo está caótico e há situações inaceitáveis. O que fazemos hoje é manter as nossas prioridades e garantir ao máximo a estabilidade naquela região. A França não permitirá uma escalada em caso algum ou qualquer ameaça à estabilidade da região. Não podemos deixar que os regimes acreditem que podem fazer tudo”, referiu.