Juiz propõe regra de alerta para o risco de cancro associado ao café.
Recentemente, na Califórnia, qualquer consumidor de café está a ser avisado do risco de cancro que advém de tal produto, segundo ordens de um juiz de Los Angeles.
Apesar da regra proposta pelo juiz, que levou a que tal aviso tenha ganho muita atenção, nutricionistas opinam visões contrárias.
Ao Today, o oncologista Dale Shepard refere que tal ordem foi uma decisão jurídica, não médica. Embora não esteja provado que não há relação entre o café e o risco de cancro, também não há prova em contrário, razão pela qual, em 2016, a Organização Mundial de Saúde retirou o café da lista de produtos cancerígenas, lembra o especialista.
Que evidências levaram, então, a tal decisão jurídica?
O risco apontado ao café advém da acrilamida, um composto químico que surge em altas temperaturas e, embora tenha sido aconselhado a que se retire do café, os produtores garantem que tal arruinaria o sabor do mesmo. Além disso, e ainda que se tenha comprovado o risco de cancro em animais expostos à acrilamida, o mesmo não foi comprovado em humanos até porque nas análises feitas foram usadas doses entre 1000 a 10000 vezes superiores àquelas a que o ser humano está exposto através da comida.
Contudo, a decisão jurídica sustenta-se no facto de o Starbucks e outras cadeias do género terem ‘falhado’ ao provar que os benefícios do café, como benefícios para o coração, entre outros, não se sobreponham ao risco de cancro, como se lê na Science News.
O lado bom do café
Apesar do recente risco juridicamente apontado, diversos são os estudos que relacionam o consumo do café com os benefícios contra esta doença. Lembra Shepard que a diminuição da probabilidade de desenvolvimento de dois tipos de cancro em simultâneo é um dos efeitos positivos desta bebida.