Deputados chumbam todas as alternativas para o Brexit
O parlamento britânico realizou um novo debate e votação de quatro opções para o Brexit. Foram todas chumbadas. Governo reúne-se esta terça-feira para decidir caminho a seguir.
Em causa estavam quatro propostas alternativas ao acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) concluído pela primeira-ministra, Theresa May, que os deputados já chumbaram três vezes.
A proposta interpartidária de manter o Reino Unido no mercado único europeu era a favorita graças ao apoio do partido Trabalhista e dos nacionalistas escoceses.
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O plano “Common Market 2.0”, também conhecido por “Noruega +”, foi avançado pelo conservador Nick Boles com o apoio de deputados trabalhistas. Foi chumbada com 282 votos contra e 261 votos a favor(diferença de 21 votos). Após a divulgação dos resultados, Nick Boles anunciou a sua demissão do grupo parlamentar, assumindo que “falhou” ao não conseguir um compromisso do partido.
“Dei tudo numa tentativa de encontrar um compromisso que tirasse o nosso país da União Europeia, mas mantendo a nossa força económica e coesão política. Aceito que falhei, sobretudo porque o meu partido recusa fazer um compromisso”, afirmou.
A proposta previa uma relação semelhante à que tem a Noruega com a UE ao preconizar a adesão à Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA) e ao Espaço Económico Europeu (EEE).
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Além de implicar contribuições financeiras, pressupunha também consentir a liberdade de circulação de pessoas e a aplicação de regras e tarifas definidas pela UE, e necessitava negociações adicionais em termos de um acordo aduaneiro que evitasse uma fronteira física entre a região da Irlanda do Norte e a vizinha República da Irlanda.
Tanto o Partido Trabalhista (245 deputados em 650) e o Partido Nacional Escocês (SNP 35 deputados), principais partidos da oposição, manifestaram publicamente que iriam dar orientação aos respetivos grupos parlamentares para apoiarem esta opção.
As duas propostas que tinham obtido mais votos na primeira votação, na quarta-feira passada na Câmara dos Comuns, para a realização de um referendo sobre qualquer acordo de divórcio concluído com Bruxelas e o estabelecimento de uma união aduaneiracom a União Europeia (UE), foram rejeitadas com 292 votos contra e 280 a favor (uma diferença de 12 votos) e 276 votos contra e 273 a favor (uma diferença de apenas três votos), respetivamente.
A quarta e última opção submetida a votação, que propunha, em caso de ausência de acordo a dois dias do Brexit, que os deputados votassem a favor ou contra uma saída sem acordo (“no deal”) e, em caso de ganhar o contra, que desistissem de sair da UE, foi igualmente chumbada com 292 votos contra e 191 a favor (uma diferença de 101 votos).
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O debate desta segunda-feira foi o segundo de um processo de discussão a alternativas ao Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia (UE) que começou na Câmara dos Comuns, por iniciativa dos deputados, na passada quarta-feira, quando nenhuma das oito propostas então consideradas reuniu uma maioria de votos.
A imprensa britânica noticiou durante o fim de semana que a primeira-ministra, Theresa May, está a considerar uma quarta votação do Acordo de Saída ainda esta semana, encorajada pela redução da margem de votos, de 230 em janeiro para 58 votos na sexta-feira.
A UE agendou um Conselho Europeu de emergência para 10 de abril para avaliar a situação e decidir o que fazer a seguir, tendo em conta que, atualmente, a data de saída do Reino Unido da UE é 12 de abril.
De acordo com o diário “The Sun”, cerca de 170 deputados do Partido Conservador terão escrito à primeira-ministra, urgindo Theresa May a não pedir uma extensão do Brexit para além de 22 de maio porque tal forçaria o Reino Unido a participar das eleições do Parlamento Europeu de 23 a 26 de maio.